A diferença salarial entre os jogadores de futebol Marta e Neymar está causando burburinho novamente, desta vez com a proximidade da 9ª Copa do Mundo Feminina de Futebol, que acontecerá na Nova Zelândia e na Austrália a partir de 20 de julho. Marta, seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa, recebe menos de 1% do salário de Neymar, que ainda não ganhou esse título.
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Afinal, quanto Marta e Neymar recebem?
De acordo com um ranking elaborado pelo jornal espanhol “Marca” sobre as jogadoras mais ricas da Copa do Mundo, Marta ocupa o primeiro lugar, recebendo US$ 400 mil por ano na liga norte-americana pelo Orlando Pride.
Por outro lado, Neymar ostenta uma quantia astronômica de US$ 50 milhões anuais como jogador do Paris Saint-Germain, de acordo com a Forbes. Curiosamente, a única mulher na lista da Forbes é a tenista Serena Williams, que fica à frente apenas do jogador de futebol americano Tom Brady.
Lei visa garantir igualdade salarial entre homens e mulheres
A questão salarial entre Marta e Neymar reflete um problema que muitas mulheres enfrentam em diversas profissões no Brasil. Foi justamente essa disparidade que motivou a criação da Lei n° 14.611, recentemente sancionada pelo presidente Lula, que visa garantir a igualdade salarial e critérios remuneratórios entre homens e mulheres.
Maurício Pestana, CEO do Fórum Brasil Diverso, destaca que essa desigualdade é um problema sério, não só no futebol, mas em várias áreas. Ele ressalta que a trajetória das mulheres no futebol foi marcada por lutas e preconceito, o que gerou uma vantagem econômica para o futebol masculino.
Apesar das diferenças salariais, Fabrício César Bastos, especialista em Liderança e CEO da Flowan, acredita que as práticas sustentáveis, como a inclusão social, estão abrindo espaço para que as mulheres possam discutir questões de remuneração de forma mais ampla.
Transparência ao cenário salarial
A nova lei sancionada por Lula visa trazer mais transparência ao cenário salarial, exigindo que empresas com mais de 100 funcionários forneçam relatórios semestrais para órgãos fiscalizadores, detalhando os critérios de remuneração. O objetivo é reduzir a discrepância salarial entre homens e mulheres, e multas serão aplicadas em casos de descumprimento.
Cíntia Possas, advogada trabalhista e especialista em direito sindical, destaca que, embora muitas organizações afirmem não fazer distinção, ainda existem diferenças sutis no tratamento.
“As empresas informam que não há qualquer tipo de distinção entre homem e mulher. Só que quando nós vamos verificar a realidade do ambiente de trabalho constatamos várias diferenças de tratamento, principalmente quando a mulher é mãe”, relata.
A nova lei permitirá que as mulheres busquem indenização por danos morais e materiais, caso comprovem discriminação salarial. Isso representa um avanço significativo na luta pela igualdade de gênero.