O preço do ovo de galinha simplesmente disparou no último ano, preocupando milhões de brasileiros que adotam o alimento em sua rotina. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o produto ficou cerca de 23% mais caro nos últimos 12 meses.
Leia mais: Nem de visita: ranking elege as 50 cidades mais violentas do Brasil
O aumento é cerca de sete vezes a inflação oficial do país, que até junho ficou em torno de 3,40%. No mesmo período, os preços das carnes e do frango recuaram 6,73% e 3,94%, nessa ordem.
O alimento produzido pela galinha está presente na mesa de quase todos os brasileiros, especialmente devido à sua versatilidade e potencial nutritivo. Entretanto, como a alta recente, está cada vez mais difícil manter o consumo de ovo no mesmo nível.
Fatores do aumento
Segundo o Irineo da Costa Rodrigues, presidente de uma cooperativa do setor, a produção de ovos foi reduzida no Brasil em razão do alto custo da ração. Somado a isso, os casos de gripe aviária em alguns países aumentaram o volume de exportações.
“O Brasil, portanto, produzindo menos e passando a exportar, isso fez com que a oferta e a procura ela ficou desequilibrada. Existe uma oferta menor hoje do que o consumo. Por outro lado, também as carnes, com preço baixo, faz com que migrem um pouco o consumo para as carnes”, explicou.
Efeito dominó
O aumento no ovo do preço não impacta apenas o consumo do próprio produto, mas também o custo de outros alimentos que levam o ingrediente. Cerca de 90% dos produtos de panificadoras levam ovos nas receitas, e os comerciantes precisam repassar ao menos parte dos gastos aos consumidores.
“Em alguns produtos aumentamos 5%, mas só em 30 dias os ovos aumentaram quatro vezes. Então é um aumento muito grande. Provavelmente, mais pra frente, vai ter um aumento sim”, diz Francielle Bello, auxiliar de confeitaria.
Em Curitiba (PR), uma dúzia de ovos custa em média R$ 9,30 na feira, contra R$ 8 há um ano. Há locais em que o produto sai ainda mais caro, por cerca de R$ 15 a dúzia.
Para os feirantes, fica difícil até oferecer desconto. “Não tem como [dar desconto], o custo é muito alto. Está muito caro hoje para ter ovo em casa”, afirma o feirante Juliano.