O distúrbio de imagem corporal é um problema cada vez mais comum na sociedade atual, sendo influenciado por fatores como a exposição a aplicativos de edição de fotos e a pressão social nas redes sociais. Segundo a Dra. Paola Machado, profissional de Educação Física e Doutora em Ciências da Saúde pela UNIFESP, essa distorção afeta significativamente a vida das pessoas, interferindo em suas atividades diárias, relacionamentos sociais e qualidade de vida.
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Mulheres são as que mais sofrem com distúrbio da imagem corporal
Estudos mostram que um número significativo de pessoas, especialmente mulheres e jovens, relata problemas com a imagem corporal. Em uma pesquisa recente com mais de 10.000 participantes, constatou-se que 59% das mulheres, 39% dos homens e 75% dos jovens entre 16 e 25 anos têm dificuldades nessa área. Essa prevalência torna desafiador distinguir entre pensamentos negativos normais sobre o corpo e um transtorno dismórfico corporal.
Transtorno dismórfico corporal
O transtorno dismórfico corporal é uma condição em que a pessoa tem uma visão distorcida de sua aparência física, o que pode resultar em sentimentos de angústia, ansiedade e baixa autoestima. Essa condição é classificada como um transtorno obsessivo-compulsivo e pode ser extremamente prejudicial para a qualidade de vida do indivíduo.
As causas exatas não são claras, mas fatores como predisposição genética, desequilíbrios neurobiológicos e experiências de vida traumáticas podem contribuir para o seu desenvolvimento. É fundamental ter consciência dos impactos das palavras e comportamentos nas redes sociais, pois comentários negativos podem agravar a percepção distorcida do corpo.
Os principais sintomas do transtorno dismórfico corporal incluem:
- Preocupações excessivas com “falhas” percebidas na aparência;
- Comportamentos repetitivos relacionados a essas preocupações;
- Sofrimento significativo que afeta a vida social e ocupacional.
É essencial buscar ajuda profissional para o diagnóstico e tratamento adequados
Existem diferentes tipos de dismorfia corporal, como a facial e a muscular. No entanto, é importante realizar uma análise para obter uma visão realista da própria imagem. Essa avaliação pode incluir o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e o uso de questionários especializados, como o Body Shape Questionnaire (BSQ) e o Silhouette Matching Task (SMT).
O tratamento do transtorno envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. É fundamental promover a conscientização sobre o distúrbio e fornecer suporte adequado às pessoas afetadas.