As operadoras de telefonia Tim, Vivo e Claro, as três maiores do país, anunciaram que estão discutindo encerrar o acesso ilimitado ao WhatsApp. O benefício que permite o uso de aplicativos pré-determinados sem consumir o pacote de dados está previsto em contratos das três empresas.
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Os pacotes de dados das operadoras costumam vir com um limite de consumo, mas certos aplicativos são excluídos da contagem por meio de parcerias com empresas de tecnologia.
A vantagem foi exatamente o que impulsionou a venda de planos de celular no Brasil, especialmente porque 62% dos brasileiros utilizam a internet somente pelo celular. Dados da TIC Domicílios, pesquisa do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR), mostram que o WhatsApp é a plataforma mais usada do país.
Acesso livre é custoso
Em evento recente, o presidente do grupo Claro Brasil, José Felix, chamou de erro a estratégia de oferecer a gratuidade para uso de certos aplicativos. Segundo ele, as empresas têm gastos milionários para manter o benefício, já que assumem os custos do fornecimento de dados ou cobram a dona da plataforma.
A Claro oferece acesso ilimitado a WhatsApp, Waze, Instagram, TikTok e Facebook para os assinantes de seus planos. Já a Tim garante gratuidade para uso do WhatsApp, Deezer, Instagram, Facebook e Twitter nos planos pré e pós-pagos.
Segundo o diretor de receitas da TIM, Fábio Avellar, o tráfego não remunerado sempre causa prejuízo. Em entrevista ao Estadão, ele afirmou que a empresa deve avaliar se a estratégia atrai usuários o bastante para custear o gasto.
A Tim foi a operadora que instalou o maior número de antenas 5G até agora, por isso, busca maneiras de compensar o investimento.
O acesso ilimitado a aplicativos é um pouco menor na Vivo. A empresa oferece apenas WhatsApp na maioria dos planos, além de Waze em alguns pacotes pós-pagos. Ainda assim, também planeja reduzir o número de apps com acesso livre.
“Cada vez mais nós temos diminuído a oferta de aplicativos com uso ilimitado para o mercado, porque entendemos que existe a necessidade de remunerar o investimento feito na rede”, afirmou vice-presidente de negócios da Vivo, Alex Salgado, ao Estadão.