A Johnson & Johnson terá que pagar uma indenização de US$ 18,8 milhões a um cliente que processou a empresa alegando que seu talco para bebês lhe causou câncer. Esse foi o primeiro julgamento após quase dois anos envolvendo acusações de que a empresa escondeu os riscos à saúde apresentados por seu famoso produto.
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Na última terça-feira (18), jurados do tribunal estadual em Oakland concluíram que o talco contribuiu para o surgimento do câncer no interior das paredes torácica e abdominal (mesotelioma) de Anthony Hernandez Valadez. Esse tipo de doença está associado à exposição ao amianto.
O caso foi liberado para julgamento como uma exceção a uma ordem da Justiça que suspendeu todos os litígios envolvendo a J&J. O motivo da autorização foi a saúde debilitada de Valadez.
A empresa teria tentado proteger sua responsabilidade pelo talco em um processo de falência da LTL Management, sua subsidiária. Entretanto, o juiz-chefe de falências dos Estados Unidos, Michael Kaplan, deixou o caso prosseguir porque a expectativa de vida do homem é curta.
O júri considerou que Hernandez deve receber uma indenização para compensar seus gastos médicos, além de sua dor e sofrimento. Entretanto, a ordem judicial de falências que congelou a maior parte das ações sobre o talco da J&J impedirá a vítima de ser realmente indenizada.
Acordo
Em abril, a subsidiária LTL Management propôs o pagamento de US$ 8,9 bilhões para resolver 38 mil ações judiciais já protocoladas e impedir a abertura de novos casos envolvendo a presença de amianto nos talcos. Com a vitória de Hernandez, ficará mais difícil para a J&J a convencer outras vítimas sobre o acordo.
Os autores dos processos pedem a rejeição do pedido de falência da LTL, alegando que ele foi feito de má-fé para proteger a companhia de litígios.