Pesquisadores da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, estão animados com o resultado do ensaio clínico de um colírio experimental aplicado em adolescente com condição rara de deficiência visual. Segundo informações da agência Associated Press, o jovem de 14 anos diagnosticado com Epidermólise Bolhosa (EB) voltou a enxergar após passar por tratamento com colírio desenvolvido pelos estudiosos.
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O adolescente cubano Antonio Vento Carvajal nasceu com epidermólise bolhosa distrófica, uma doença que possibilita a formação de bolhas. Elas surgem de modo espontâneo pelo corpo. No caso de Antonio, as mutações de um gene afetam a produção da proteína colágeno 7, responsável por manter a pele e as córneas unidas.
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Tratamento experimental com colírio
Com a produção de colágeno, componente importante para a córnea, sendo afetada, o surgimento de bolhas nos olhos é propícia, o que leva ao cobrimento dos globos oculares e ao aumentando das chances de a condição o levar à cegueira. Uma das alternativas para contornar o problema surgiu com o estudo dos pesquisadores, que submeteu Antonio ao tratamento chamado Vyjuvek.
O método consiste no uso de herpes inativado, que é capaz de disponibilizar cópias funcionais do gene em questão para prevenir a formação de bolhas. Inicialmente, o produto foi criado em gel e aplicado no corpo do menino para tratar as bolhas, mas foi adaptado para colírio, justamente para ser aplicado diretamente nos olhos.
Após a agência reguladora dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), aprovar o item, a criança cubana passou a usar o colírio uma vez a cada 30 dias. Assim, os pesquisadores perceberam melhoras constantes. O professor de oftalmologia e líder do estudo, Alfonso Sabater, apontou que as cicatrizes geradas pela doença não voltaram a aparecer e, assim, o menino voltou a enxergar com o olho direito.
No início desse ano, o mesmo procedimento foi realizado no olho esquerdo e tem apresentado resultados similares. Apesar de a recuperação não ser total, Antonio já consegue jogar vídeo game e se sente seguro para andar sem ajuda. Os pesquisadores se demonstraram estar animados com o resultado.
Eles planejam estender o uso da fórmula para tratamento de outras doenças que agem da mesma forma, a partir da mudança do gene com vírus inativado. Sabater esclarece que o colírio poderia ser usado para tratar distrofia de Fuchs, uma condição que causa perda parcial da visão em aproximadamente 18 milhões de pessoas nos EUA.