A Ambev espera se beneficiar da queda nas cotações das commodities e dos combustíveis, que deve reduzir as despesas da companhia. A previsão anterior da empresa era de crescimento entre 6,0% e 9,9% no custo por hectolitro de cerveja no Brasil, mas a nova estimativa ficou entre 2,5% e 5,5%.
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A mudança nos cálculos pode levar a fabricante a conquistar seu tão sonhado objetivo de ter crescimento de ebitda em 2023, segundo informou o CFO da empresa, Lucas Lira.
Dona de marcas como Brahma, Stella Artois, Corona e Original, a Ambev está observando um comportamento diverso no seu portfólio. Cervejas mais caras, como Stella e Becks, registraram crescimento de 35% em volume, enquanto rótulos como Brahma, Skol e Antarctica tiveram queda de 2% a 3%, em linha com o mercado.
No caso dos rótulos ainda mais econômicos, a queda ficou próxima de 30%. O CEO Jean Jereisssatti afirmou, durante conferência com jornalistas, que esse é um ponto de atenção da empresa.
A preocupação é até onde vai a flexibilidade do consumidor. O volume de cerveja consumido no país teve queda de 2,5% no segundo trimestre, dentro do previsto por analistas. No período, o portfólio premium da Ambev conseguiu superar concorrentes como a Heineken.
“Nosso foco não está no concorrente A ou B. O que vemos é 2023 como um ano para dar mais um salto quantitativo e qualitativo de evolução do nosso resultado. Desde 2020 conseguimos ter um negócio mais saudável, a gente acredita que os clientes vão cada vez mais querer marcas diferentes para ocasiões diferentes e queremos ter um portfólio que atenda a isso”, diz o CFO.
Jereissatti pontuou ainda que a indústria deve se tornar mais rentável e “mais racional”, prevendo que mercado continuará “competitivo tal qual tem sido historicamente.”
“O que temos como foco é garantir que a gente tenha a melhor oferta de marcas para os consumidores e entrega conveniência, atendendo bem nossos clientes”, completa Lira.