O preço dos carros elétricos vem surpreendendo o mercado nos últimos anos. Com exceção da JAC, nenhuma montadora oferecia um modelo por menos de R$ 200 mil até 2021, mas o cenário mudou bastante nos últimos dois anos.
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Hoje, veículos como o Renault Kwid e-Tech e Caoa Chery iCar, que até pouco tempo custavam cerca de R$ 150 mil, podem ser encontrados na faixa de R$ 120 mil. O que explica essa queda nos preços dos elétricos?
Motivos da redução
Um dos possíveis motivos dos automóveis a bateria estarem mais em conta é o lançamento do compacto Dolphin pela chinesa BYD. O modelo é maior, mais equipado e potente que seus rivais, mas chegou ao país com o título de mais barato do Brasil.
Para correr atrás do prejuízo, as concorrentes também baixaram os preços. O Caoa Cherry iCar despencou de R$ 149.990 para R$ 119.990, enquanto o JAC E-JS1 foi de quase R$ 150 mil para R$ 135.900. A última atualização foi anunciada pela Renault, que baixou o Kwid e-Tech de R$ 149.990 para R$ 139.990.
Além das versões de entrada, elétricos de outras categorias também tiveram seus preços cortados para se adequarem à nova realidade. O híbrido Kia Stonic foi de R$ 147.990 para R$ 139.900, e o SUV Peugeot e-2008 caiu de R$ 259.990 para R$ 219.990.
Para Cássio Pagliarini, sócio da consultora Bright Consulting e ex-executivo de da Ford, Renault e Hyundai, existem outros fatores envolvidos. “Todos os carros tinham preços públicos com margens cheias, por conta do pequeno volume, dos problemas logísticos durante a pandemia e pela oportunidade do negócio. Agora, a baixa do dólar se fez sentir nos preços, houve um relaxamento por conta das condições melhores do que haviam sido planejadas”, avalia.
Boa notícia para uns, mas para outros nem tanto
A notícia é excelente para quem deseja comprar um carro elétrico, mas péssima para quem adquiriu um modelo com preço antigo. Analistas acreditam que esse tipo de cenário se tornará cada vez mais comum no Brasil com a chegada de novas montadoras, como a BYD e a GWM.
Ambas as marcas chinesas oferecem ótimos produtos com preços bem abaixo dos concorrentes. “Não estamos falando de preços populares, mas de preços competitivos dentro do seu segmento”, explica o consultor automotivo Ricardo Bacellar.
“Essas montadoras conseguem esse preço porque têm um processo de manufatura muito mais em conta do que o de qualquer outro mercado mundial, além disso têm volume de produção, já que são as maiores fabricantes de carros eletrificados do mundo”, acrescenta Milad Kalume, da Jato Informações Automotivas.
O novo automóvel que deve fazer sucesso por conta do seu preço atrativo é o Seagull, compacto da BYD que pode custar entre R$ 100 mil e R$ 110 mil. A previsão de lançamento é para 2024.