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E agora, Uber? Empresa propõe R$ 15,60 por hora; motoristas exigem R$ 71,75

Mais uma reunião entre a representante da Uber e o grupo de trabalho dos motoristas terminou sem um consenso. Entenda o que ocorreu!



A última reunião do grupo de trabalho para a regulamentação dos trabalhadores de aplicativos não teve o resultado esperado. Nesta segunda-feira, 14, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), representante da Uber, se reuniu em Brasília com os trabalhadores para chegar a um consenso do mínimo pago à classe.

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Uber tem proposta recusada

Em resumo, a proposta foi de um ganho mínimo de R$ 15,60 por hora. Segundo o texto, o valor seria contado a partir do momento em que o motorista pega o passageiro e vai até o seu destino final. “Para compatibilidade e aferimento do valor final da proposta, todos os custos foram convertidos para um valor relacionado à hora efetivamente e comprovadamente trabalhada, para fins de comparação com o salário mínimo”, afirma o documento.

Para chegar nesse valor, “os custos cuja métrica são os quilômetros (ex. gasolina, manutenção) foram transpostos para valor/hora por meio da velocidade média e os custos por tempo (ex. depreciação) foram calculados para o custo da hora, excluindo o tempo de uso pessoal”.

Valores serão diferentes para entrega

De acordo com a Amobitec, a proposta foi baseada nas Diretrizes de Ganhos Mínimos. Eles foram apresentados ao GT nas reuniões dos dias 18 e 19 de julho. A associação afirma ainda que o documento leva em consideração um método que considera os gastos dos trabalhadores, como com gasolina, manutenção do veículo e tarifas de celular.

“Considerando os custos e método de cálculo elencados, a Amobitec propõe um valor mínimo de R$ 15,60 por hora trabalhada, equivalente a 262% do salário mínimo nacional vigente. O mínimo estabelecido não deverá impedir que as plataformas ofereçam remunerações superiores”, aponta o documento apresentado.

Já para os trabalhadores de delivery, a Amobitec sugeriu pagar valores diferentes. Desse modo, seria pago o equivalente a 170% do salário mínimo para entregas feitas com motocicleta, 181% para entregas de carro e 109% para entregas de bicicleta.

Trabalhadores não concordam com valores apresentados

De toda forma, uma das representantes do grupo dos trabalhadores, Carina Trindade, destacou que esse valor não é suficiente para sustentar uma família. Mesmo que o piso salarial seja garantido – isto é, caso o trabalhador não atinja esse valor por hora, a empresa se compromete a completar o restante –, a proposta ainda não é satisfatória.

O grupo, por sua vez, propõe um valor de R$ 71,75 por hora.

A principal crítica da categoria frente ao valor ofertado pela Amobitec é a falta de consideração em relação aos custos operacionais dos motoristas. Isso, porque além do combustível e da manutenção do veículo, há também os gastos relacionados à depreciação do veículo e aos demais custos indiretos.

Por fim, a representante dos trabalhadores propõe que o cálculo de ganho seja baseado nos quilômetros rodados e no tempo gasto nas corridas. “Hoje, nós ganhamos cerca de R$ 1,30 por quilômetro rodado. Esse valor deveria ser elevado para, pelo menos, R$ 2 para garantir uma remuneração justa ao motorista”, afirmou Carina.

Uma nova reunião foi agendada para o dia 29 de agosto.




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