Uma idosa de 79 anos foi vítima de um golpe dentro de uma agência do Bradesco em 2021. Após dois anos, a 3ª Vara Cível da Comarca de Contagem decidiu que o banco deverá pagar uma indenização de R$ 15 mil por danos morais à senhora. A sentença foi confirmada pela 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
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Mulher é vítima no Bradesco
De acordo com o processo, o banco ignorou as diversas tentativas de denúncia da idosa, que buscou a instituição com o intuito de ser ressarcida. Mesmo sendo um golpe, o Bradesco afirmou que a vítima aceitou a ajuda de uma pessoa desconhecida. Como justificativa para se isentar da responsabilidade, afirmou ainda que a senhora aceitou a ajuda sem “qualquer indagação, fato esse que fragilizou a segurança dos seus dados bancários”.
Magistrado decide a favor da idosa
Durante uma ida até uma das agências de sua cidade, a senhora foi abordada por dois homens que fingiam ser funcionários do banco. Após aceitar a ajuda oferecida, os golpistas começaram a “auxiliar” a mulher e assim tiveram acesso aos dados bancários da idosa.
Sem perceber, ela acabou permitindo que eles sacassem o seu benefício previdenciário.
Mesmo com a alegação do Bradesco, o relator do processo, o juiz Marco Aurélio Ferrara Marcolino, entendeu a situação de uma outra forma. Segundo o magistrado, a falta de segurança dentro da agência da instituição permitiu que os golpistas agissem com naturalidade. Assim, eles abordavam os clientes mais vulneráveis sem serem barrados.
Como funciona o golpe?
O golpe do falso atendente é uma ação muito comum contra pessoas idosas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), essa é uma das práticas mais utilizadas em todo o país.
Além de abordarem pessoalmente as vítimas, como no caso da idosa na agência do Bradesco, os golpistas também entram em contato com os clientes por telefone, se passando por atendentes. Dessa forma, eles solicitam a confirmação de alguns dados quando percebem que já ganharam a confiança dos clientes, a partir daí, conseguem também o acesso às contas e, consequentemente, ao dinheiro ali depositado.
Por fim, a recomendação das autoridades é sempre recusar ajuda quando alguém se aproximar nas agências bancárias ou telefonar em nome do banco. O correto é buscar ajuda de funcionários devidamente identificados. No caso de ligações, é importante verificar se o contato é realmente de um canal oficial da instituição.