Uma onda de calor se iniciou no país nesta segunda-feira (21) e desde então vem causando estranheza nos brasileiros por estarmos em pleno inverno. De acordo com os meteorologistas, o calor extremamente alto nesta época do ano se dá devido aos efeitos do aquecimento global em junção com o fenômeno El Niño, que aumenta consideravelmente as temperaturas registradas.
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No entanto, essa situação não é uma exclusividade de 2023. Em anos anteriores, agosto também já registrou altas temperaturas. Em 2016, também sob atuação do El Niño, a cidade de Caxias (MA) registrou a maior temperatura no Brasil, chegando a 41,9ºC.
“Portanto, este não é o primeiro agosto mais quente, porém, com a onda de calor instalada no país nesta semana, poderemos ter a chance das temperaturas ultrapassarem os 41,9ºC registrados em 2016 na cidade de Caxias”, explicou Mamed Melo, meteorologista do Inmet.
Temperaturas poderão ultrapassar os 40ºC até o fim da semana
De acordo com Mamed, os estados que são mais propícios a passarem dos 40ºC ao longo desta semana são: Goiás, Bahia, Tocantins, Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Para ele, não é possível afirmar se o aumento das temperaturas no inverno pode ser considerado comum para o Brasil, visto que essa análise depende dos sistemas meteorológicos que estão atuando no país no momento.
“Por exemplo, na aproximação de uma frente fria, é normal a temperatura se elevar e, após a sua passagem, também é normal a temperatura cair. Com os efeitos do aquecimento global e, ao mesmo tempo, o El Niño, a elevação da temperatura será potencializada”, explica.
Ondas de calor fora da época esperada
O fenômeno é observado quase que anualmente no Brasil. No entanto, as ondas de calor ocorrem geralmente na primavera, entre os meses de setembro e outubro. Isso porque as chuvas diminuem e há uma insolação alta. Já com a chegada do verão, a quantidade de horas de sol por dia diminuem. Isso porque há muita nebulosidade e chuvas logo no início do dia e no início da tarde.
No entanto, agosto costuma ser um mês quente no Centro-Norte brasileiro. Nesses locais, a temperatura máxima chega a ser a segunda ou terceira maior do ano. As máximas são registradas principalmente nos estados do Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão, Pará e Piauí. Assim, a anormalidade se dá com esse fenômeno nos estados do Sudeste de no Sul, que costumam sentir o frio do inverno.
“No Brasil é muito provável que ainda tenhamos ondas de calor em setembro e outubro, e mais fortes do que essa que estamos observando agora em agosto. Além de serem meses naturalmente mais quentes, o fenômeno é El Niño estará ainda mais forte e tendo maior influência ainda sobre o clima no Brasil”, afirmou Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo.