Você já percebeu como o tempo tem nos pregado peças? Aquele friozinho típico do inverno, esperado por muitos para vestir aquele casaco que estava guardado, tem dado lugar a ondas de calor que nos fazem lembrar o verão.
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Contudo, não somos os únicos a sentir os efeitos dessas mudanças climáticas repentinas. Os animais peçonhentos, como a jararaca (Bothrops jararaca) também têm modificado sua rotina e, o que é ainda mais preocupante, seu padrão de movimentação.
O relato de Victor Vieira, montanhista de Teresópolis, é um lembrete para nós. Durante um passeio pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos, ele se deparou com uma jararaca atravessando tranquilamente a estrada.
Em circunstâncias normais, a presença dessas serpentes em áreas de preservação não seria novidade. No entanto, com a frequência que elas têm sido avistadas, há algo atípico acontecendo.
Isso pode nos levar a perguntar: seria o calor fora de época o responsável por esse comportamento anormal?
A resposta pode estar relacionada a vários fatores. O aumento das temperaturas, especialmente em épocas que deveriam ser mais frias, afeta os hábitos de animais que dependem do clima para se regular.
No período de verão, já se espera um aumento nos registros de acidentes com esses animais devido às condições favoráveis de calor e umidade, além do período reprodutivo.
Mas como lidar com essa nova realidade?
Primeiro, precisamos estar cientes de nossa responsabilidade ao adentrar áreas de preservação ou locais que são habitat natural desses animais. A recomendação é clara: calçados adequados são indispensáveis.
Ao avistar uma serpente, mantenha distância e evite movimentos bruscos. Lembre-se de que, apesar do medo que elas possam causar, serpentes só atacam em situações de ameaça.
Complicações provenientes de picadas de jararacas, por exemplo, podem ser graves. Os sintomas iniciais são dor, inchaço e manchas arroxeadas.
Complicações podem surgir, como hemorragias, necrose e até insuficiência renal. Em casos de picadas, o recomendado é buscar atendimento médico imediatamente.
Um detalhe que precisa ser destacado é que, por mais que a cultura popular possa demonizar esses animais, eles não atacam por maldade. Eles simplesmente reagem a ameaças, defendendo-se.
Se deparar com algum? Não o machuque. A melhor atitude é acionar as autoridades competentes e aguardar a remoção segura do animal.
Finalmente, é crucial diferenciar animais venenosos de peçonhentos. Enquanto os primeiros produzem veneno, os segundos têm meios naturais para inoculá-lo.
Acidentes com animais peçonhentos são, infelizmente, comuns, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso.
Em caso de acidente com serpentes, lembre-se de manter a calma, lavar o local da picada, e buscar ajuda médica. Evite práticas populares sem fundamento, como furar a área afetada ou aplicar substâncias no local.
Nossos tempos estão mudando, e nós, assim como a natureza ao nosso redor, precisamos nos adaptar. Esteja atento, informado e, acima de tudo, respeite a vida em todas as suas manifestações.