Se você planeja comprar um carro com baixa quilometragem, saiba que esse pode ser um ótimo negócio, mas também pode se tornar um verdadeiro pesadelo. Mais valorizados no mercado, esses modelos são o foco de pessoas mal-intencionados adulteram o hodômetro para cobrar um valor mais alto.
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Mas mesmo quando a quilometragem informada é real, o comprador deve estar bem atento aos detalhes para evitar um mau negócio, especialmente quando o veículo for mais antigo. Isso porque a falta de uso também pode resultar em problemas no automóvel.
Abaixo, confira algumas dicas na hora de comprar o seu veículo com baixa rodagem.
1. Parado por muito tempo
Se a quilometragem é baixa, mas o veículo é antigo, ele provavelmente ficou parado por muito tempo. Ao optar por um modelo com esse, o comprador precisa saber que terá alguns gastos para colocar o carro em boas condições, já que componentes que ficam desligados por longos períodos tendem a se deteriorar.
O engenheiro Erwin Franieck, da SAE Brasil, também destaca outros problemas. “Água e outros fluidos parados durante muito tempo no mesmo lugar aceleram processos corrosivos e contribuem para o ressecamento de borrachas, mangueiras e dutos em geral. É comum a corrosão formada dentro do tanque soltar resíduos que vão parar na bomba de combustível, danificando-a”, diz.
2. Motor frio
Na hora de verificar o veículo, pergunte ao proprietário como foi sua utilização. Se ele disser que usa o carro apenas para percorrer poucos quilômetros por dia, é melhor ficar alerta, já que o motor precisa atingir uma certa temperatura para garantir as condições ideais de funcionamento e lubrificação.
“Dirigir durante menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Tem carro com baixa quilometragem que apresenta até o triplo do desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que, no entanto, funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal”, explica o especialista.
Isso é ainda mais comum em veículos abastecidos com etanol. “Em dias frios, a partida de motor abastecido com etanol tende a ser mais difícil em carros antigos, sem sistema de pré-aquecimento. Injeta-se mais combustível no arranque e a parte não queimada do etanol gera água como resíduo. Se o motor não esquentar adequadamente, a água não evapora e acaba contaminando o óleo, comprometendo sua performance”, completa.
3. Condições extremas
A utilização de veículos que exigem demais da mecânica também deve ser colocada na balança. Carros que vivem em congestionamentos e/ou em estradas não pavimentadas devem passar por revisões com maior frequência, uma vez que costumam ser mais castigados.
“Um automóvel utilizado a maior parte do tempo em rodovias tende a estar em melhores condições que outro com quilometragem muito mais baixa, que, no entanto, rodou apenas na cidade ou em vias de terra”, orienta Franieck.
4. Limpeza
Embora a limpeza não seja essencial, ela indica que o automóvel foi bem cuidado pelo proprietário. A dica é fazer uma inspeção cuidadosa antes de fechar o negócio, principalmente no compartimento do motor e nas borrachas de vedação das portas.
“Puxe suavemente a borracha da porta, especialmente na parte inferior, junto à soleira. Se houver acúmulo de poeira, é indício de que aquele veículo pode ter rodado mais do que o recomendável em estradas de terra”, orienta o engenheiro.
5. Inspeção
Ainda no sentido de avaliar as condições do carro, é fundamental levar um mecânico de confiança para fazer essa verificação se você não for especialista no assunto. Outra orientação é consultar eventuais débitos pendentes e/ou restrições administrativas que podem virar uma dor de cabeça no futuro.
Fique de ouvidos abertos para vibrações e ruídos ao rodar com o carro, especialmente aqueles relacionados à suspensão. Preste atenção também ao ruído do motor e à validade dos produtos para fechar um bom negócio.