Em um mundo acelerado e conectado, onde o barulho constante e a urbanização tomam conta, surge uma prática calmante e revitalizante diretamente do Oriente: o “banho de floresta“. Essa tradição japonesa, que tem como objetivo principal reconectar as pessoas à natureza, está ganhando espaço no Brasil, e pode até ser uma adição futura às práticas integrativas do SUS.
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A prática, que no Japão é chamada de shinrin-yoku, nasceu na década de 1980. Com as crescentes pressões da vida urbana, as autoridades japonesas identificaram uma necessidade de reconectar a população às suas raízes naturais. E assim, incentivaram visitas regulares a espaços verdes. Mas o que parecia uma simples caminhada pela floresta, revelou-se uma potente forma de terapia.
Diferentemente das caminhadas regulares, o “banho de floresta” é uma experiência
Você não apenas caminha, mas sente, respira e se envolve profundamente com o ambiente ao seu redor. E essa imersão sensorial traz benefícios impressionantes.
Pesquisas mostraram que essa prática pode reduzir significativamente os níveis do hormônio do estresse, cortisol. Além disso, há uma redução na atividade do sistema nervoso simpático, que é frequentemente associado a estados de ansiedade e estresse.
E não são apenas os japoneses que estão atentos a esses benefícios. No Brasil, a Fiocruz, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ecopsicologia, está aprofundando os estudos sobre o “banho de floresta”, com o intuito de ampliar sua prática em território nacional.
O principal objetivo é qualificar profissionais, chamados de ecotuners, para guiar e instruir aqueles que desejam mergulhar nessa experiência revitalizante.
A ideia central é simples: reconectar-se com a natureza para revitalizar corpo e mente. E os benefícios dessa conexão vão além da floresta. Hospitais ao redor do mundo estão implementando áreas verdes e jardins terapêuticos, percebendo os efeitos positivos que a natureza pode ter na recuperação dos pacientes.
Resultados
Estudos demonstraram que pacientes com vista para paisagens naturais se recuperam mais rapidamente e com menos medicamentos. Até mesmo imagens de natureza podem promover bem-estar em ambientes hospitalares.
A possibilidade de incluir o “banho de floresta” no SUS representa um marco para o reconhecimento das práticas integrativas e da importância do equilíbrio entre corpo, mente e natureza. Afinal, em tempos onde a tecnologia nos mantém constantemente conectados, talvez o que realmente precisamos seja desconectar para nos reconectar ao que é essencial.