Existem discos, espalhados natureza afora, que são chamados de “círculos de fadas”. Tratam-se de pequenas estruturas feitas com terra seca, em formato circular, que se espalham por vários quilômetros.
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Eles têm este nome porque, de fato, parecem ser coisa de fada ou algum outro ser místico. Mas, na verdade, cientistas acabaram com a nossa criança interior, revelando o mistério por trás destas pequenas estruturas.
Onde ficam estas estruturas?
Até não muito tempo atrás, de acordo com uma reportagem da CNN Brasil, os discos de terra seca só eram encontrados no deserto da Namíbia e no interior da Austrália ocidental.
Entretanto, utilizando Inteligência Artificial (IA), cientistas encontraram círculos de fadas em vários outros locais. São pelo menos 15 países em três continentes com estas estruturas.
Isso foi feito, conforme publicado pela revista Proceedings Of the National Academy of Sciences, com um conjunto de dados de imagens de satélite de alta resolução. As fotografias mostravam terras áridas ou ecossistemas áridos, onde há escassez de chuva.
Afinal, quem faz e para o que servem os círculos de fadas?
A natureza, segundos cientistas, é capaz de fazer várias estruturas similares. Então, nem todo disco de terra vai ser o tal círculo de fadas. É importante deixar isso claro.
A pesquisa recente se debruça aos discos formados em solos secos e arenosos, além de altamente alcalinos e com baixo teor de nitrogênio.
De acordo com os pesquisadores, estes padrões ajudam a estabilizar ecossistemas e aumentam a resistência a perturbações, como inundações ou mesmo secas extremas. Sobre quem faz esta arte na natureza, precisaremos seguir caminhos distintos porque cada autor tem sua própria teoria.
Stephan Getzin, pesquisador do departamento de modelagem de ecossistemas da Universidade de Göttinger, na Alemanha, já escreveu sobre isso. Ele pontuou que os círculos de fada foram gerados por uma auto-organização das plantas, em decorrência de certas condições climáticas.
Ele descarta que a atividade seja obra de cupins, por exemplo, que costumam fazer estruturas curiosas na natureza. Segundo o pesquisador, estes insetos constroem, mas não deste jeito.
Entretanto, Fiona Walsh, etnoecologista da Universidade da Austrália Ocidental, afirma que os círculos de fadas da Austrália estão totalmente correlacionados à atividade dos cupins. Uma pesquisa da equipe dela, feita em colaboração com povos indígenas daquele país, provou isso.
“Os aborígenes ilustraram esses padrões pelo menos desde a década de 1980 e disseram que os conheciam há gerações, provavelmente milênios antes”, salientou ela. “Na Austrália, os cupins não ‘desempenham simplesmente um papel’, eles são o mecanismo primário e as interpretações precisam ser centradas na dinâmica cupim-grama-solo-água”, acrescentou (via CNN).
Portanto, ainda não temos resposta. Ou temos várias respostas. Mais pesquisas ainda precisam ser feitas.