A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou uma previsão pouco animadora, inclusive para o setor agrícola: o fenômeno climático El Niño deve continuar durante o primeiro semestre do próximo ano. Assim, a expectativa é por chuvas intensas e anormais em toda a América Latina, impactando diretamente a produção de alimentos.
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As previsões apontam por chuvas acima da média em países do cone sul, como, por exemplo, Peru, Equador e México. Contudo, para o Brasil, também há alerta de seca, assim como para a Guiana e Suriname.
Brasil
Os efeitos da seca em nosso país já são visíveis. É o caso da Amazônia que já enfrenta os efeitos do El Niño. Além disso, ciclones e tempestades no Sul de nosso país também têm ligação direta ao evento climático.
O relatório da ONU aponta que na agricultura, pecuária, florestas e pesca pode haver 26% de perda econômica durante as condições climáticas, podendo chegar a até 82% durante a seca. Nesse sentido, espécies de peixes como as anchovas e atuns, na costa norte do Peru e Sul do Equador, correm riscos reais. Em suma, os pescadores equatorianos já apontam que a captura de atum sofreu uma redução de 30% desde o mês de fevereiro.
Como forma de minimizar os prejuízos, a agência especializada em Alimentação e Agricultura (FAO) da ONU afirmou que irá lançar um plano de mobilização de recursos financeiros para comunidades que estejam mais vulneráveis às condições meteorológicas extremas.
El Niño
Vale lembrar que o El Niño é um fenômeno climático que ocorre a partir do aquecimento das águas da superfície do Oceano Pacífico e que resulta em alterações no clima. Durante este processo, a atmosfera fica mais quente, o que acaba por impulsionar outros fenômenos, como é o caso do aquecimento global.
Por fim, o evento se enquadra como um dos maiores fenômenos climáticos e ocorre de forma intercalada ao La Niña, entre setembro e dezembro. Este ano, no entanto, os primeiros sinais já apareceram nos dois primeiros meses do ano.