É comum encontrar planos de celular que dão acesso gratuito a aplicativos como WhatsApp, Spotify, X e outras plataformas. No entanto, essa estratégia comercial de não descontar os dados utilizados com a navegação em redes sociais da franquia de internet móvel pode acabar em breve.
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Segundo Christian Gebara, presidente da Telefônica Brasil, as operadoras que atuam no Brasil estão avaliando se ainda compensa manter a oferta de gratuidade. Chamada de zero rating, ela cresceu bastante nos últimos anos e atualmente é um dos maiores atrativos para os clientes.
Porém, o benefício acabou virando um problema para as companhias do setor, especialmente após a popularização do 4G. O volume de dados que esses aplicativos movimentam disparou, e as empresas agora tentam ampliar o faturamento para cobrir os investimentos em rede e tecnologia.
“Estamos, sim, avaliando, qual o impacto. Existe uma preocupação do setor se essa gratuidade está sendo benéfica para o próprio consumidor. No fim, não se está conseguindo dar a resposta de cobertura que se quer dar”, afirmou Gebara.
Quem paga a conta?
O tráfego de dados cresce a um ritmo de 20% a 30% na média global, e boa parte do fluxo vem de seis a sete big techs, diz o presidente da Telefônica. As teles querem fazer com que essas empresas de tecnologia custeiem o uso de suas plataformas.
“As empresas de telecom, mundialmente, não conseguem suportar esse crescimento acelerado com investimentos que deem retorno para os nossos acionistas”, acrescentou.
Além disso, Genebra cita que o Brasil tem uma grande demanda por investimento para ampliação das redes para regiões onde ainda não há cobertura, o que exige ainda mais dinheiro das companhias do setor. “A conta precisa ser paga por mais pessoas para que a gente consiga trazer acréscimos de investimentos para fazer a digitalização de que o Brasil precisa”, finalizou.