Nunca é tarde para um novo começo. E no mundo corporativo, a experiência adquirida com o tempo tem provado seu valor de forma inquestionável. Uma recente pesquisa realizada pela FIA traz à luz um dado interessante: os profissionais com mais de 50 anos são os mais estáveis e satisfeitos no ambiente de trabalho. Mas, o que está por trás dessa estabilidade e contentamento?
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A pesquisa, que envolveu um universo de mais de 200 mil funcionários em 293 empresas, trouxe uma revelação surpreendente. Ao contrário do que se pode pensar sobre a busca constante por novas oportunidades no mercado de trabalho, apenas 1% desse público mais maduro está ativamente à procura de emprego. Em contraste, quando observamos os mais jovens, com até 39 anos, esse número salta para 3%.
Essa faixa etária mais madura não só representa uma parcela significativa da força de trabalho – 10% do total de entrevistados -, mas também exerce posições de liderança, correspondendo a 13% desses cargos. E aqui, talvez, tenhamos uma pista sobre parte da satisfação desse grupo: a posição consolidada e a remuneração compatível.
Lina Nakata, pesquisadora que participou ativamente do estudo, explica que, ao contrário do que se possa pensar, essa satisfação não está ligada apenas ao salário e benefícios. Existe um vínculo mais profundo com a empresa, baseado em valores e compreensão mútua. Eles conseguem enxergar “o outro lado”, entendendo melhor a dinâmica corporativa e a importância de suas funções.
No entanto, não é só de flores que se faz o caminho desses profissionais
Eles expressam uma demanda por desenvolvimento e aprendizado informal mais robusto. Querem avaliações de desempenho mais estruturadas e valorizam a troca de experiências e feedbacks constantes com seus superiores.
Outro ponto que chama a atenção é a perspectiva desses profissionais quanto à remuneração. Eles avaliam esse indicador 14% mais positivamente do que os mais jovens.
Também valorizam mais aspectos como carreira, inovação, autonomia e qualidade de vida no ambiente laboral. Se comparados aos profissionais mais novos, os seniores dão mais importância ao alinhamento com os valores da empresa e à identificação com suas funções.
Mas, o que mantém esses profissionais nas empresas?
Surpreendentemente, oportunidades de aprendizado e desenvolvimento não são os principais atrativos para eles, ao contrário dos mais jovens. Pouco mais de um terço se sente verdadeiramente satisfeito com seu trabalho, um sentimento que diminui entre os profissionais de 23 a 26 anos.
Ao abordarmos os motivos que levariam à demissão voluntária, a pesquisa revela que os mais jovens tenderiam a deixar suas posições devido à falta de oportunidades de crescimento ou políticas salariais inadequadas.
Por outro lado, o grupo mais maduro se desvincularia por razões pessoais ou quando percebem incoerência entre a proposta e a prática da empresa.