Em quais cidades do Brasil os imóveis mais valorizaram nos últimos cinco anos?

Levantamento mostra a variação de preços de imóveis em grandes cidades brasileiras. Topo da lista surpreende.



O valor dos imóveis em algumas cidades brasileiras teve valorização superior à inflação nos últimos cinco anos. Quem comprou uma propriedade em Vitória, Vila Velha, Goiânia, Curitiba e Florianópolis no período se deu bem e viu o preço disparar entre 16% e 40,8%.

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O levantamento do Estadão, feito com dados do índice FipeZap, considera o período de setembro de 2018 a setembro de 2023 e abrange 18 municípios. Os valores são referentes aos preços anunciados pelos proprietários, e não necessariamente o montante final da transação.

No topo do ranking, a capital Vitória (ES) surpreendeu com valorização de 40,84% no período. A lista segue com Vila Velha, onde os imóveis ficaram 27,3% mais caros, já descontada a inflação medida pelo IPCA.

Segundo o economista e educador financeiro Marlon Glaciano, a qualidade de vida e o acesso são fatores que influenciam na valorização da capital capixaba. “Vitória tem um resultado alto no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no topo do ranking”, explica.

A cidade foi considerada pela ONU como a segunda melhor para se viver no litoral brasileiro, perdendo apenas para Florianópolis (SC). O município também se destaca por sua infraestrutura para o empreendedorismo.

Avanço dos preços

Os especialistas apontam que o avanço dos preços é resultado do desenvolvimento socioeconômico e da procura por terrenos e moradias. A falta de lançamentos imobiliários em meio a um período de baixa, iniciado antes da pandemia, também afeta os valores.

“Cada região tem suas particularidades. Se uma cidade é guiada pelo agro, e o setor vai bem, pode haver mais lançamentos imobiliários, o que diminui o preço pedido dos demais imóveis, mas se o setor econômico principal da região vive crise, aquela região também vê essa valorização variar”, detalha Alberto Ajzental, professor da FGV.

De forma geral, municípios que investem mais em segurança pública e possuem melhores índices de qualidade de vida costumam ter valorização maior. No entanto, como cada região tem características diferentes, é difícil citar motivos comuns entre todas elas.

“Em Vila Velha e Vitória, essa valorização também pode ter sido puxada pela operação portuária, que é uma atividade econômica importante. […] No caso de Goiânia, talvez esse resultado esteja atrelado ao bom momento do agronegócio, que movimenta a economia na região”, exemplifica Ajzental.

Desvalorização

Niterói, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre e São Paulo lideram as cidades com os maiores índices de desvalorização no m² de imóveis. A explicação, neste caso, está ligada ao movimento de pessoas em busca por regiões com maior nível de qualidade de vida, sobretudo durante a pandemia.

“As capitais sofreram bastante com isso. Outras cidades viram fugas de empresas. Tudo isso impactou”, pontua Glaciano.

Ranking de valorização/depreciação de imóveis

Cidade Preço médio (R$/m²) em 2018 Preço médio (R$/m²) em 2023 Variação em 5 anos Valorização/depreciação (descontada a inflação)
Vitória 5.790 10.806 86,63% 40,84%
Vila Velha 4.685 7.903 68,69% 27,30%
Goiânia 4.177 6.796 62,70% 22,78%
Curitiba 5.703 8.930 56,58% 18,16%
Florianópolis 6.863 10.566 53,96% 16,18%
Contagem 3.517 4.690 33,35% 0,63%
São Caetano do Sul 6.031 7.726 28,10% -3,33%
Belo Horizonte 6.406 8.147 27,18% -4,03%
Recife 5.914 7.496 26,75% -4,35%
Santo André 5.307 6.709 26,42% -4,60%
Fortaleza 5.836 7.133 22,22% -7,76%
Salvador 4.878 5.886 20,66% -8,94%
São Paulo 8.806 10.575 20,09% -9,38%
São Bernardo do Campo 4.909 5.887 19,92% -9,50%
Porto Alegre 5.608 6.556 16,90% -11,78%
Campinas 5.552 6.098 9,83% -17,11%
Rio de Janeiro 9.461 9.953 5,20% -20,61%
Niterói 7.106 6.904 -2,84% -26,68%




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