A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou um novo estudo sobre os gases de efeito estufa. Segundo a entidade, as concentrações atmosféricas das substâncias causadoras do aquecimento global atingiram níveis recordes no último ano.
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Em 2022, o volume médio de dióxido de carbono (CO2) atingiu um pico de 417,9 ppm (partes por milhão), patamar 50% superior aos níveis da era pré-industrial (meados do ano de 1750). Esse é o gás de efeito estufa mais abundante no planeta.
Na comparação com o ano de 2021, que detinha o recorde anterior, o aumento do CO2 na atmosfera foi de 0,5%.
Também houve alta de 264% ou 1.923 ppb nas concentrações de metano (CH4) desde 1750. Já a presença do terceiro gás mais abundante na Terra, óxido nitroso (N2O), disparou 124% em relação a 1750 (ou 335 ppb) e 0,42% entre 2021 e 2022.
Efeito dos gases de efeito estufa
A nova onda de calor atípica que atinge o país, a alta no nível do mar e outros fenômenos meteorológicos extremos que vêm se multiplicando são alguns efeitos das mudanças climáticas provocadas pelo aumento da presença desses gases na atmosfera.
“A despeito de décadas de advertências científicas, relatórios extensos e dezenas de conferências sobre o clima, continuamos seguindo na direção errada”, pontuou o Secretário Geral da OMM, Petteri Taalas.
“Com as atuais concentrações de gases de efeito estufa, estamos trilhando um caminho de aumento nas temperaturas que nos levará a valores muito acima das metas estabelecidas no Acordo de Paris”, completou.
O relatório da OMM também destaca que o oceano absorve mais de um quarto das emissões de CO2 e os ecossistemas terrestres cerca de 30%, enquanto menos da metade fica na atmosfera. Se o nível continuar aumentando como está, a temperatura do planeta seguirá subindo mesmo com a eventual redução acelerada das emissões, considerando a persistência prolongada dos gases na atmosfera.