Uma nova técnica de recapeamento de pneus tem causado uma grande discussão na internet. Divulgada como “pneu infinito”, a técnica consiste em fazer novos sulcos nos pneus usados para aumentar a aderência do mesmo e o seu tempo de uso. Essa prática não é recomendada, visto que os pneus têm um prazo de validade determinado pelos fabricantes, e estes devem ser respeitados.
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Ao utilizar um pneu recapeado, o motorista coloca em risco a sua vida e a das demais pessoas no trânsito. Segundo a Continental, uma das maiores fabricantes de pneus, essa prática não é nova no mercado. Com ela, os pneus são submetidos a um processo de recapagem, com banda de rodagem destinada para o uso de veículos comerciais.
“Essa proposta parte de um pressuposto, totalmente errôneo, de que é possível fazer economia através do comprometimento da segurança”, explicou Rafael Astolfi, gerente sênior de serviços técnicos ao cliente da Continental Pneus Américas.
Pneu infinito coloca em risco a vida dos condutores
De acordo com Astolfi, a técnica tem diversos problemas conceituais; contudo, a mais perigosa delas é a aplicação de uma banda pesada em uma carcaça pequena. “Na operação de veículos de carga, esse problema é um velho conhecido: bandas pesadas tendem a fatigar mais rapidamente as carcaças, aumentando a possibilidade de que elas se desprendam mais facilmente”, afirmou.
Além disso, Rafael explicou que não há como ir contra às leis da física, visto que a força centrífuga sob o pneu é mais alta, aumentando a massa em rotação, assim, é preciso que a banda tenha uma adesão perfeita com a carcaça, logo uma cola acaba não sendo o suficiente para garantir essa aderência.
“A partir daqui, fica mais fácil identificar que a proposta do pneu ‘infinito’ não é uma solução, mas sim um problema”, anunciou o comunicado liberado pela Continental.
É sempre prejudicial?
Segundo os membros da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), a recapagem só é uma opção para os pneus de carga, visto que eles são projetados para isso. Desse modo, a recapagem a frio ou quente só é permitida nesses modelos. Nos pneus para carros de passeio e veículos utilitários, esse processo não é recomendado, visto que eles não são feitos para isso.
Esses pneus apresentam uma vida útil menor ao serem comparados com os de carga, que contam com estrutura de aço e tiveram a recapagem prevista desde a sua produção. No caso dos pneus infinitos, a carcaça diferente é utilizada sem nenhum tipo de teste. Com isso, os condutores arriscam a vida, caso a carcaça já esteja gasta e fadigada.
Por fim, o pneu infinito não é recomendado em nenhum caso, visto que eles podem resultar em um final trágico para quem optar por utilizá-los. Adquira sempre somente pneus cujo processo de produção seja aprovado e certificado pelo INMETRO.