As ondas de calor que levaram ao aumento das temperaturas do Brasil a níveis históricos não devem ser as últimas de 2023. Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que novos episódios como os anteriores devem continuar ocorrendo.
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“É possível, sim, que tenhamos ainda ondas de calor até o fim do ano”, diz a pesquisadora Marília Nascimento, do Inpe.
Ela explica que o país vive um período de combinação entre a alta temperatura da atmosfera e o aquecimento anormal das águas do oceano provocado pelo El Niño. É nesse cenário que dezembro deve trazer altas temperaturas para grande parte do Centro-Norte e chuvas abaixo da média histórica para as regiões Norte e Nordeste.
Também há previsão de menos chuvas no Centro-Oeste e no Sudeste, enquanto no Sul a situação será contrária, com volumes acima da média para o período.
Extremos climáticos
Segundo a pesquisadora, o quadro atual é gerado pela combinação de fatores que “provocam um aumento nas temperaturas, como pode ser sentido com os recordes de calor que estamos enfrentando”.
“Além do El Niño, que se trata do aquecimento das águas no Pacífico Equatorial e que tem efeitos na precipitação e temperatura sobre o Brasil e o mundo, temos enfrentado nos últimos meses um aumento na atmosfera como um todo e isso se dá pelo aumento da emissão dos gases de efeito estufa”, explica Nascimento.
As informações apresentadas no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e o clima extremo observado nos últimos meses indicam que a situação ficará cada vez mais frequente e extrema. “[O Brasil terá] áreas enfrentando secas, e outras enfrentando chuvas intensas, bem como fortes extremos de temperatura”, completa a especialista.
