Um dos principais pontos de debate na campanha eleitoral de 2022 foi o preço da picanha do Brasil. Durante a corrida pelo cargo da presidência, Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que a picanha, a cerveja e a gasolina ficariam mais baratas em seu novo mandato. Após um ano de governo, o resultado não foi completamente igual ao esperado.
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Mesmo com a carne baixando de preço em todo o Brasil, a cerveja e o combustível ficaram mais caros. Entre janeiro e novembro de 2023, a picanha registrou uma queda de 13,06%. Já a cerveja teve um aumento de 5,15% e a gasolina subiu 12,47%, conforme divulgado pelo IBGE.
Aumento na cerveja e na gasolina
Segundo especialistas, o encarecimento da cerveja se deu devido ao aumento dos valores cobrados pela cevada cervejeira e do trigo ao longo do ano. Os insumos registraram uma alta em boa parte do ano, assim como o dólar. Por serem produtos importados, o preço da bebida subiu consequentemente.
Além disso, a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja) anunciou, em entrevista ao portal R7, que a bebida está mais cara devido ao aumento dos custos acumulados dos últimos anos. São eles: energia, distribuição e matérias-primas.
Já em relação a gasolina, o retorno dos impostos federais cobrados sobre todos os combustíveis foi o principal causador do encarecimento. Conforme o último levantamento da Petrobras, os tributos nacionais eram responsáveis por 12,3% do preço total do combustível nas bombas. Isso equivale a R$ 0,69 por litro.
Alteração na política da Petrobras
Em relação à política de preços de combustíveis da Petrobras, alterações foram realizadas em maio. O presidente da estatal indicado por Lula, Jean Paul Prates, anunciou o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI). A política submetia o valor dos combustíveis nas bombas brasileiras aos valores cobrados no mercado estrangeiro.
Contudo, a Petrobras não informou sobre como será a nova definição de preços. A estatal se limitou a informar apenas, no dia do anúncio, que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.