Conforme dados Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o número de inadimplentes no Brasil chegou a 66,56 milhões em setembro. Apesar de o volume representar uma queda em relação a agosto, o resultado ainda é preocupante.
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Muitos consumidores que estão nessa situação buscam os empréstimos com uma saída para quitar as dívidas acumuladas, mas será que vale a pena? Especialistas explicam que tudo depende das circunstâncias e das condições.
Pegar um empréstimo para pagar débitos mais antigos é uma boa solução quando as taxas de juros da linha de crédito escolhida são menores do que as atuais, explica Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais. Em outras palavras, só vale a pena trocar a dívida por outra com custo menor.
“É importante sempre lembrar que nessa situação você só está trocando uma dívida por outra. A dívida não acaba com esse pagamento, muito pelo contrário, vai gerar uma outra obrigação, e ela só vale a pena se ela tiver um custo muito menor, e esse custo é o juro”, explica.
Como fazer a análise
Para descobrir se a troca vale a pena no seu caso, o devedor deve listar todos os débitos e a taxa de juros de cada um deles. Em seguida, ele precisa procurar a instituição financeira de sua preferência e simular um empréstimo para quitação total do valor.
“É com base nessa simulação que você entenderá se vale a pena ou não, porque além dos juros e taxas, você precisa analisar quanto tempo vai levar para quitar completamente seu endividamento e se esse valor cabe no seu orçamento a longo prazo”, afirma Querli Tolfo, especialista em Educação do Ailos.
Ao optar pelo empréstimo, o inadimplente deve utilizar o dinheiro recebido para aumentar seu poder de barganha e conseguir descontos nas taxas. Também é ideal pesquisar várias opções de crédito em diferentes instituições financeiras, além de evitar empresas terceirizadas e ir direto à fonte, ou seja, ao credor.
Empréstimo não vale a pena, e agora?
Se o crédito não for uma boa alternativa, o devedor pode procurar o credor para negociar os valores e tentar obter condições de pagamento melhores. Outra opção é utilizar entradas extras para quitar as contas atrasadas, como o 13º salário e o adicional de férias, sempre dando preferência às dívidas com juros mais altos.
“Essa negociação pode ser uma quitação total do valor com um abatimento nos juros ou ainda, se a renda extra não estiver disponível, uma negociação de prazo, para que, mesmo estendendo o tempo da dívida, você tenha um fôlego, com um dinheiro em caixa”, acrescenta o especialista.
Grandes bancos costumam aceitar o valor que o cliente está disposto a oferecer no momento para garantir que terão algum valor de volta. Por isso, é importante aproveitar as oportunidades.
*Com informações do B3 Bora Investir.