A Espanha é a maior produtora mundial de azeite, sendo responsável pela produção de cerca de 70% de todo o azeite consumido nos países da União Europeia e 45% do consumo mundial. No entanto, a seca enfrentada pelo país há dois anos seguidos, tem causado um enorme impacto no volume da produção e, consequentemente, no preço do item nos supermercados de todo o mundo.
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Como resultado, o preço do azeite subiu mais de 70% somente neste ano na Espanha. Esse aumento piora a inflação registrada no produto em 2022 devido aos aumentos em relação a 2021. Atualmente, uma garrafa de um litro de azeite extra virgem está custando cerca de R$ 50 em um supermercado espanhol conhecido por bons preços.
“Se cai o estoque global porque a Espanha está produzindo menos e a demanda continua a mesma, o preço do azeite sobe, não tem como ser diferente. É a lei da oferta e procura”, afirmou o produtor Francisco José García de Zúñiga em entrevista a BBC News.
Mudanças climáticas alteram a colheita de azeitonas
Em meio ao cenário de mudanças climáticas, os produtores espanhóis estão sentindo na pele que o senso comum de que uma colheita ruim é sempre seguida de uma boa colheira já não prevalece. Segundo os dados divulgados pelo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação ao meio ambiente, as temperaturas médias nos países do mediterrâneo subiram 20% mais rápido do que a média global.
Dessa forma, o calor excessivo tem feito com que as províncias do sul da Espanha adotem medidas rigorosas em relação ao uso de água. Além disso, o período de seca tem sido maior e mais intenso do que os produtores esperavam. A expectativa dos produtores é que o Governo Espanhol implemente medidas para compensar as alterações climáticas, como investir em sistemas de irrigação.
Conforme divulgado pelo governo espanhol, as vendas internas de azeite caíram 10% em 2022. Ao invés do azeite de oliva extravirgem, os consumidores espanhóis passaram a utilizar óleos mais baratos, como o de girassol.
E o preço do azeite no Brasil?
Mesmo sendo um dos grandes consumidores de azeite, a produção local do Brasil consegue atender somente 1% da demanda interna do país. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior importador de azeite do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da União Europeia.
Por fim, em consequência às condições enfrentadas pela Espanha, os consumidores brasileiros noticiaram a mudança nos preços nas prateleiras do supermercado. Em alguns locais do país, o preço do azeite ainda não disparou porque ainda estão sendo comercializados grandes estoques de lotes importados antes da elevação dos preços. Porém, a previsão é que os preços fiquem ainda mais altos em 2024.
