Você certamente já observou que nenhuma palavra começa com cedilha (ç), certo? Mas sabe dizer por qual razão isso acontece? Se isso é algo que sempre desejou entender, saiba agora mesmo quais são as regras da Língua Portuguesa que impedem que as palavras comecem com cedilha.
A resposta está na origem e na função da cedilha. A cedilha surgiu no século XVI a partir da aplicação do sufixo diminutivo -illa (em português, -ilha) ao nome da letra z. Essa zedilla era colocada sob a letra c para representar o som de /s/.
Muita gente pensa se tratar de uma letra, mas não é. Nada mais é que um acento gráfico colocado sob a letra c para indicar uma mudança na sua pronúncia. Assim, a cedilha é um sinalzinho especial que se junta ao “C” para indicar o som de “S”.
No passado, o “C” tinha um acento agudo em cima, chamado de “cedilha” (parecido com “ć”). Isso acontecia para que a letra conseguisse assumir o mesmo papel, ou seja, de fazer o som de “S” antes das vogais “e” e “i”. Com o tempo, mudanças foram sendo feitas até chegar à forma como conhecemos hoje. Assim, foi criado o “ç” como o conhecemos agora.
Por essa razão, não podemos pensar que o ç é uma letra em si, mas sim a marca permanente da letra “C” quando precisa ser usada antes de algumas vogais. No caso do início das palavras, quando usamos o “c”, é como o som de “k”, ou seja, sem o “ç”, que daria um som diferente.
Quando usar o “ç”?
Assim, no começo das palavras com som de “k” temos como exemplos: casa, cabeça, coelho. Quando a intenção é usar o som de “s”, o cedilha surge, como nos exemplos a seguir:
- Açaí
- Açúcar
- Cabeça
- Caça
- Criança
- Moça
São apenas alguns exemplos e, agora, fica um desafio para você. Faça um exercício! Pronuncie essas palavras em voz alta e notará que o som de “s” surgirá quando o cedilha aparecer!