Marlene Engelhorn, herdeira de um império farmacêutico bilionário, decidiu doar R$ 145 milhões (25 milhões de euros) de sua fortuna para a sociedade austríaca. Por meio de um processo transparente e democrático, um grupo de cidadãos selecionados decide o destino dos recursos, beneficiando 77 organizações em áreas como educação, meio ambiente, justiça social e habitação.
Segundo ela, existe uma missão que vem em primeiro lugar. Marlene se recusa a aceitar a riqueza herdada sem esforço próprio e sem contribuir para o bem-estar social. Ela acredita que a fortuna familiar deve ser redistribuída de forma justa e equitativa.
Por isso, o processo de doação é aberto e democrático, garantindo a participação da sociedade civil na decisão sobre o destino dos recursos.
Os R$ 145 milhões serão destinados a 77 organizações que trabalham para construir um futuro melhor para a Áustria, com foco em áreas como educação, proteção ambiental, integração social, saúde, combate à pobreza e habitação acessível.
Detalhes do projeto
Em janeiro de 2024, 10 mil austríacos foram convidados a participar da iniciativa, formando um grupo diverso e representativo da sociedade civil. Por meio de reuniões e debates, o grupo selecionou as 77 organizações que receberão os recursos, garantindo que a doação tenha um impacto positivo e duradouro.
A frase de Marlene, “não é que eu não queira ser rica, é que não quero ser assim tão rica”, resume sua visão de que a riqueza excessiva não deve ser um privilégio, mas sim uma ferramenta para o bem social. A fortuna da família vem da gigante farmacêutica BASF, fundada por Friedrich Engelhorn, e da Boehringer Mannheim, vendida em 1997 por US$ 11 bilhões.
A iniciativa de Marlene revoluciona o debate sobre desigualdade econômica na Áustria e na Europa, inspirando questionamentos sobre a ética da herança e o papel dos bilionários na sociedade. Ademais, a doação representa um modelo inovador de filantropia, combinando transparência, participação social e foco no impacto positivo.