A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou uma resolução que impacta diretamente o mercado de produtos à base de fenol no Brasil. A nova medida proíbe de forma abrangente o uso da substância. Neste sentido, está vetada a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso desses produtos.
A resolução inclui tanto procedimentos de saúde quanto estéticos, como o peeling de fenol. A decisão visa a segurança pública e a proteção da saúde dos consumidores, alinhando-se às diretrizes de controle e regulamentação estabelecidas pela Anvisa.
Decisão foi tomada após morte
A Anvisa decidiu proibir temporariamente a venda de produtos à base de fenol após a trágica morte de um empresário de 27 anos em São Paulo, ocorrida no início de junho. Ele havia realizado um peeling de fenol, tratamento estético profundo que utiliza ácido fenol para esfoliar intensamente a pele, promovendo a renovação celular e melhorando a aparência de rugas e cicatrizes.
Após o procedimento, o empresário se sentiu mal, não resistiu e faleceu. As investigações para determinar a causa da morte estão em andamento, e a medida de suspensão visa garantir a segurança dos procedimentos estéticos e de saúde que envolvem esse composto.
Medida da Anvisa já está em vigor
A Anvisa informou que a resolução 2.384/2024 já está em vigor, proibindo temporariamente o uso de produtos à base de fenol no Brasil. A agência também mencionou que a resolução pode ser revisada no futuro, conforme novos dados e informações sejam disponibilizados e analisados.
Em nota a agência explicou que se trata de uma medida cautelar. O objetivo principal é proteger a saúde dos brasileiros. Após a tragédia, houve a percepção de que é necessário mais estudos que comprovem a eficácia e segurança do produto fenol para uso em procedimentos de saúde e estéticos.
A decisão da Anvisa não abrange produtos que estejam devidamente regularizados junto à Anvisa.
Empresário morreu após realizar peeling de fenol em São Paulo. (Foto: Reprodução)
O que diz a SBD?
Após a morte do empresário, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) também emitiu um posicionamento sobre os riscos associados ao fenol, especialmente no contexto do peeling de fenol, enfatizando preocupações com a saúde dos pacientes.
A entidade explicou que devido à absorção cutânea de um composto tóxico que pode entrar na corrente sanguínea, o procedimento requer precauções rigorosas.
Entre as possíveis complicações estão dor intensa, formação de cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e possíveis complicações cardíacas imprevisíveis.
Portanto, a recomendação da SBD é que procedimentos com fenol sejam realizados por médicos habilitados, preferencialmente em ambiente hospitalar, com o paciente devidamente anestesiado e sob monitoramento cardíaco.
Neste caso recente, a profissional responsável não era médica, o que levantou preocupações adicionais sobre a segurança do procedimento.