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Filme da Netflix conquista o top 1 no lançamento e deixa todos sem palavras

Longa-metragem aborda a crise ambiental atual e desperta controvérsias profundas entre a crítica e o público.



Algo inesperado aconteceu: um filme da Netflix dominou o primeiro lugar do pódio praticamente no mesmo dia de seu lançamento. Mas o que causou essa façanha inusitada?

O que está por trás do sucesso meteórico do longa em questão dentro da principal plataforma de streaming? Se você também se pergunta isso, mas não chegou a uma resposta, vale a pena conhecer os detalhes.

O filme que dominou o top 1 da Netflix em seu lançamento

Imagem: Reprodução

Uma gigantesca área de 3 milhões de quilômetros quadrados flutua como uma espécie de sétimo continente no oceano Pacífico. Essa região, seis vezes maior que a França, é um símbolo do impacto devastador da poluição nos oceanos.

A Missão Ocean Origins é parte do projeto Evolução e monitora essa zona. Sua função é complexa, mas está dedicada a combater a morte de quase um milhão de aves e mamíferos marinhos anualmente.

Esses animais morrem após ingerirem plásticos, alumínios e outros materiais inorgânicos, que se acumulam em seus corpos e os levam a uma morte lenta e agonizante. Essa é a trama inicial do filme que dominou o top 1 da Netflix em seu lançamento.

“Sob as Águas do Sena”, o filme “veloz”

A partir dessa premissa perturbadora, Xavier Gens, junto com Sebastien Auscher e Yannick Dahan, construiu a narrativa de “Sob as Águas do Sena”. Esse filme rapidamente alcançou o topo dos mais assistidos na Netflix no dia de seu lançamento.

A trama segue um grupo de tubarões que, em busca de refúgio da poluição dos oceanos, migra para o rio Sena, em Paris. A ironia do enredo é evidente: essa migração ocorre às vésperas das provas aquáticas das Olimpíadas, previstas para 26 de julho.

Embora o filme não mencione explicitamente os Jogos Olímpicos, a sugestão está ali, provocando reflexões inquietantes.

O filme, com sua abordagem crítica e metáforas contundentes, vai além de uma simples trama de terror. Sophia, a líder de uma equipe de oceanógrafos e biólogos marinhos do projeto Evolução, está em uma missão para rastrear Lilith, uma fêmea de tubarão que cresceu em tamanho e agressividade.

A descoberta de um bebê cachalote preso em detritos e com o estômago repleto de plástico reforça a crítica ambiental do filme. Jean-Marc Bellu, que interpreta Berruti, um dos cientistas, expressa a angústia diante dessa realidade alarmante, mas necessária, do filme.

O ponto alto do filme é quando Lilith ataca, quase matando Sophia. Esse momento serve como catalisador para um intenso debate sobre a responsabilidade humana na degradação do meio ambiente e suas consequências devastadoras.

“Sob as Águas do Sena” faz um paralelo entre a expulsão dos tubarões de seu habitat natural e a crise ambiental global. Contudo, em um momento em que o negacionismo científico ainda permeia a sociedade, o filme adota uma solução simplista e brutal: eliminar os tubarões como se fossem apenas invasores, sem considerar alternativas mais racionais e baseadas na ciência.

Crítica analisa com ressalvas e polêmicas a intenção da obra

A escolha dessa abordagem levanta questões sobre a mensagem que o filme transmite. Em vez de explorar soluções sustentáveis ou promover um debate mais profundo sobre a crise climática, o enredo opta por uma narrativa que pode ser interpretada como xenofóbica.

A presença dos tubarões no Sena é vista como uma ameaça que deve ser erradicada, ignorando-se a complexidade da crise ambiental que forçou esses animais a migrarem em primeiro lugar.

Bérénice Bejo, uma atriz talentosa que interpreta uma das personagens principais, tem sido alvo de críticas por suas escolhas de papéis recentes.

Em “Sob as Águas do Sena”, sua atuação é competente, mas o desenvolvimento de sua personagem deixa a desejar. Assim como em “Nada a Esconder” (2018), de Fred Cavayé, sua personagem carece de profundidade, o que enfraquece o impacto da mensagem que o filme pretende transmitir.

A crítica se intensifica pela forma como ele lida com a poluição e suas consequências. A decisão de usar tubarões como símbolo da crise ambiental é vista por alguns como uma abordagem elitista e xenofóbica, sugerindo que a proteção de Paris contra “feras” às vésperas de um evento global é mais importante do que abordar a verdadeira raiz do problema.

“Sob as Águas do Sena” é um filme que divide opiniões. Enquanto alguns elogiam sua coragem em abordar um tema tão relevante, outros criticam sua abordagem superficial e a falta de profundidade na construção de seus personagens.

De qualquer forma, a obra conseguiu alcançar o topo das paradas da Netflix, gerando discussões sobre a crise ambiental e a responsabilidade humana na preservação do planeta.




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