Um estudo realizado pela Danube Private University, na Áustria, e publicado na revista Microplastics, mostrou um fato curioso: beber água em garrafas de plástico afeta a saúde cardiovascular.
Os pesquisadores sugerem que isso acontece devido à presença de microplásticos, pequenas partículas de plástico que podem entrar na corrente sanguínea ao serem ingeridas.
A análise observou que, ao substituir a ingestão de água em garrafas plásticas ou de vidro pela água da torneira, os participantes experimentaram uma queda na pressão arterial. Segundo a pesquisa:
“Os resultados do estudo sugerem, pela primeira vez, que uma redução no uso de plástico poderia potencialmente diminuir a pressão arterial, provavelmente devido ao volume reduzido de partículas de plástico na corrente sanguínea.”
Microplásticos presentes na garrafa podem ser prejudiciais à saúde – Foto: Canva
O estudo foi conduzido com oito voluntários que passaram a beber apenas água da torneira durante 14 e 28 dias, evitando qualquer consumo em garrafas plásticas ou de vidro. Para chegar ao resultado, a pressão arterial dos participantes foi monitorada durante esses períodos.
A conclusão mostrou uma melhoria significativa, sugerindo que a ingestão de microplásticos poderia estar relacionada a um aumento do risco cardiovascular.
Os autores da análise explicam que uma amostra maior de participantes seria necessária para confirmar essa hipótese. No entanto, os dados preliminares já levantam questões importantes sobre o impacto dos microplásticos na saúde.
Microplásticos
Os microplásticos têm sido um foco crescente de preocupação em estudos ambientais e de saúde, devido à sua ampla presença nos ecossistemas globais. Esse material está presente em quase todos os lugares, desde os oceanos até o solo, e tem a capacidade de liberar substâncias químicas tóxicas que podem agravar os efeitos de outros poluentes.
No caso dos seres humanos, a ingestão dessas partículas pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo inflamações, desequilíbrios hormonais e até complicações no sistema reprodutivo e imunológico.
A necessidade de uma reavaliação crítica da dependência da sociedade em relação aos plásticos é algo que, segundo especialistas, deve ser reavaliado, especialmente no que diz respeito ao consumo de bebidas.
A redução da ingestão de partículas de plástico, segundo os pesquisadores, poderia não apenas diminuir a pressão arterial, mas também reduzir o risco de doenças cardiovasculares a longo prazo.
“As mudanças observadas na pressão arterial sugerem que a redução da ingestão oral de partículas de plástico pode diminuir o risco cardiovascular. Essas descobertas ressaltam a importância de minimizar o uso de plástico para prevenir efeitos adversos à saúde e destacam a necessidade de pesquisas mais abrangentes para esclarecer a conexão entre a exposição ao plástico e a saúde cardiovascular.”
