O Biotônico Fontoura está no imaginário popular há mais de cem anos, sendo amplamente utilizado por várias gerações. Criado com a promessa de melhorar os níveis de ferro no corpo, ele se popularizou, especialmente, como um estimulante do apetite infantil, mesmo sem comprovações científicas para essa função.
No entanto, um ponto menos comentado e surpreendente da história do produto é a presença de álcool em sua fórmula original.
Isso que fez com que o famoso tônico se tornasse alvo de discussões. Desse modo, em 2001, a Anvisa tomou uma decisão marcante: proibiu a inclusão de álcool etílico em fortificantes e tônicos como o Biotônico Fontoura, visando a saúde das crianças.
Biotônico Fontoura tinha mais álcool que cerveja
Foto: Divulgação
Essa medida tinha como objetivo impedir a exposição de crianças ao etanol. Até então, o tônico continha impressionantes 9,5% de álcool. Ou seja, é uma quantidade considerável, superior à de muitas cervejas e comparável à de vinhos.
A decisão foi baseada em estudos que apontavam riscos à saúde infantil, como aceleração dos batimentos cardíacos e dores de cabeça.
Mais preocupante ainda, crianças que consumiam regularmente esses tônicos alcoólicos tinham maior probabilidade de desenvolver dependência alcoólica na vida adulta.
Riscos do álcool para crianças e decisão da Anvisa
O álcool na fórmula do Biotônico Fontoura, com um teor de 9,5%, reacendeu um debate importante sobre os riscos dessa substância para as crianças.
A principal preocupação é que, ao ingerir um tônico que deveria ser benéfico para a saúde, os pequenos estejam sendo expostos a um dos maiores problemas de saúde pública: o álcool.
Além disso, a ingestão de álcool por crianças pode causar efeitos imediatos, como taquicardia, náuseas e dores de cabeça, dificultando o diagnóstico do problema, já que os sintomas podem ser atribuídos a outras causas.
Então, esse tipo de exposição, mesmo que involuntária, contribui para uma relação precoce com o álcool, o que pode ser um fator agravante no desenvolvimento de dependência.