As pesquisas de intenção de voto são elementos essenciais durante o período eleitoral. Elas oferecem um panorama das preferências dos eleitores, mesmo sem entrevistar uma grande parte da população, permitindo um melhor planejamento dos candidatos.
Com base em amostras bem selecionadas, essas pesquisas conseguem refletir a intenção de voto de milhões de pessoas.
Mauro Paulino, que durante 25 anos foi diretor-geral do Datafolha e atualmente é comentarista político da GloboNews, detalha o funcionamento dessas análises. O especialista destaca a importância da escolha cuidadosa dos questionários e da amostragem representativa para garantir a precisão dos resultados.
No Brasil, as pesquisas eleitorais são regulamentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e os institutos de pesquisa devem registrar as informações junto ao órgão com antecedência mínima de cinco dias antes da divulgação. Isso garante a transparência e a credibilidade dos dados coletados.
Como são realizadas as pesquisas eleitorais?
Questionário e amostragem
O primeiro passo em uma pesquisa eleitoral é a elaboração do questionário. Ele deve abordar tópicos relevantes do momento, já que é o “coração da pesquisa”, capturando questões cruciais para os eleitores.
As amostragens são outro fator crítico. Elas devem refletir a diversidade da população, considerando gênero, religião, idade, renda e localização geográfica. Por exemplo: se 53% dos brasileiros são mulheres, essa proporção deve ser mantida na amostra.
Escolha dos entrevistados
Os entrevistados são selecionados aleatoriamente, garantindo imparcialidade ao processo. Essa aleatoriedade impede influências externas na escolha dos participantes, por isso, nem os institutos escolhem os entrevistados, nem os eleitores podem se voluntariar para participar.
Realização das entrevistas
Para entrevistas presenciais, os entrevistadores usam cartões circulares com os nomes dos candidatos. Assim, evitam influenciar a escolha do entrevistado. Já nas entrevistas telefônicas, uma lista rotativa de candidatos é lida para manter o equilíbrio.
Margem de erro e nível de confiança
As pesquisas incluem a margem de erro e o nível de confiança como medidas de precisão.
A margem de erro indica a variação possível nos resultados, por exemplo: se um candidato tem 20% das intenções de voto com 2% de margem de erro, isso significa que ele pode ter entre 18% e 22% da preferência do público.
Entender como as pesquisas funcionam é vital para compreender o contexto eleitoral e as mudanças de opinião dos eleitores. Com a metodologia correta, elas se tornam ferramentas poderosas para prever resultados e entender tendências políticas.