A Meta, controladora do Instagram, comunicou em setembro deste ano (2024) que, a partir de 14 de janeiro de 2025, filtros criados por terceiros não estarão mais disponíveis na plataforma. Esta decisão visa focar em produtos que melhor atendam às necessidades futuras dos usuários.
O encerramento da plataforma Meta Spark, responsável pela criação de filtros e realidade aumentada, foi anunciado como parte dessa estratégia. Especialistas discutem as implicações dessa mudança no campo da beleza e saúde mental, levantando a questão: poderemos esperar um aumento na autoaceitação?
Paola Pomerantzeff, dermatologista em São Paulo ouvida pelo site Marie Claire, observa que a busca por uma imagem idealizada, muitas vezes alimentada por filtros, tem aumentado a insatisfação de muitos pacientes com sua própria aparência.
Essa constatação é compartilhada com a Marie Claire pelo cirurgião plástico Paolo Rubez, que ressalta como os filtros podem promover uma busca por padrões irreais de beleza.
Imagem: reprodução/internet
Efeitos dos filtros na autoestima
A influência das redes sociais na autoestima é significativa. Uma pesquisa da Allergan Aesthetics, realizada em 2022, com 650 entrevistados brasileiros, revelou que 98% acreditam na influência das redes sociais sobre a autoestima, sendo que 24% consideram esse impacto negativo.
Psicóloga clínica, Gabriele Menezes da Costa, destaca em matéria da Marie Claire que o uso excessivo de filtros pode agravar distorções de imagem, levando à ansiedade e até depressão.
Em situações extremas, existe o risco de desenvolver transtornos mais sérios, como esquizofrenia paranoide.
Reflexão sobre padrões estéticos
Cláudio Paixão Anastácio de Paula, professor da UFMG, acrescenta, também em contato com o site Marie Claire, que os filtros reforçam padrões estéticos dominantes, contribuindo para uma percepção distorcida da realidade.
Ele argumenta que as redes sociais transformam a imagem pessoal em uma mercadoria, promovendo o uso de filtros.
Apesar do otimismo inicial gerado pelo anúncio da Meta, especialistas lembram que os desafios relacionados à autoestima persistem, pois recursos de edição de imagem continuarão acessíveis em outras plataformas.
Alternativas e cuidados
Gabriele Menezes sugere estratégias para mitigar os efeitos negativos das redes sociais. Encoraja a valorização de corpos reais e o acompanhamento de conteúdos que promovem uma visão autêntica da imagem pessoal.
A terapia é recomendada para aqueles que sentem um impacto negativo significativo em suas vidas sociais e emocionais. Cláudio de Paula enfatiza a importância de buscar ajuda para cultivar uma perspectiva saudável sobre a autoimagem.