A letra “H” é uma das mais intrigantes do alfabeto português. Diferentemente das outras letras, ela não possui um som próprio e não é classificada como consoante, por incrível que pareça.
Essa particularidade levanta uma questão curiosa sobre as funções e a evolução histórica dessa letra, que é importante para a construção de centenas de palavras do nosso idioma.
A origem da letra remonta a um símbolo egípcio que representava uma peneira. Com o passar dos séculos, seu uso evoluiu através das civilizações suméria e fenícia.
Por sua vez, os gregos, por volta de 900 a.C., adotaram-na, simplificando-a para “êta”.
Por que o “H” não é uma consoante?
Consoantes são produzidas com obstruções no aparelho fonador. Já o “H” não possui som próprio. Em vez disso, modifica os sons de outras letras em dígrafos como “ch”, “lh” e “nh”. Por isso, é considerada uma letra diacrítica.
Enquanto consoantes como “F” criam barreiras de ar, vogais como “A” permitem a passagem livre do ar. As consoantes portuguesas incluem 19 letras, todas com sons obstruídos em sua articulação.
Funções da letra H
O “H” desempenha três funções principais no português. Primeiramente, forma dígrafos, como “chocolate” e “ninho”. Também representa aspirações em interjeições como “ah” e “oh”. Além disso, indica a origem etimológica de palavras.
Palavras de origem erudita mantêm o “H” inicial, como “herbívoro” e “hábito”. Já aquelas de origem popular, como “exausto”, perderam a letra ao longo do tempo, refletindo mudanças históricas na linguagem.
Exemplos de uso da letra H
- Palavras iniciadas por H: Homem, Harmonia, Hospital, Herança, História;
- Palavras com H no meio: Bicho, Chiclete, Partilha, Recheio, Senhora;
- Interjeições com H: Hã!, Hem?, Hum!, Ah!, Oh!, Uh!
A letra “H” é essencial na língua portuguesa, desempenhando funções específicas que vão além de ser uma simples consoante. Seu papel histórico e linguístico continua a ser objeto de estudo e fascínio para gramáticos e linguistas.