Com o fim de 2024 à vista, o ano caminha para ser o mais quente registrado historicamente. Frente a esse cenário preocupante, cientistas da Universidade de Columbia publicaram um estudo em novembro que mapeia as regiões mais afetadas por temperaturas extremas.
O levantamento se concentrou nas ondas de calor dos últimos 65 anos, destacando as áreas em que temperaturas elevadas são recorrentes e crescentes.
Foram identificadas sete zonas críticas ao redor do mundo, nas quais os recordes de temperatura máxima têm sido frequentemente superados, especialmente nos últimos cinco anos.
Embora tal tendência seja clara, modelos climáticos subestimam os extremos e exigem estudos mais detalhados.
Mapa dos locais mais impactados pelo calor (quadrados mais vermelhos) e pelas temperaturas mais frias (quadrados azul-escuro) nos últimos 65 anos – Imagem: reprodução/Kornhuber
Impactos desiguais das ondas de calor
As sete regiões com níveis térmicos mais altos incluem:
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China central;
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Japão;
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Coreia;
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Península Arábica;
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Leste da Austrália;
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Sul da América do Sul;
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Ártico.
Os dados revelam que a intensidade do calor extremo não é homogênea globalmente.
Enquanto algumas áreas enfrentam temperaturas superiores às previstas, outras apresentam aumentos menores.
Exemplos incluem partes do interior da América do Sul e do norte da Austrália. No entanto, o noroeste da Europa destaca-se pela gravidade dos efeitos, com ondas de calor que causam milhares de mortes.
A pesquisa mostra que, em algumas regiões, o aumento da temperatura é maior do que o previsto por modelos de última geração.
A variação ocorre em locais como o centro-norte dos Estados Unidos, o centro-sul do Canadá e grande parte da Sibéria.
Isso levanta questões sobre as variáveis climáticas locais que contribuem para tais desigualdades.
Razões para o aumento das temperaturas
Samuel Bartusek, coautor do estudo, atribui o fenômeno às mudanças climáticas e aos padrões climáticos específicos.
Ele menciona que os solos ressecados podem potencializar o aumento do calor.
Tais condições variam conforme a região, o que destaca a complexidade dos fatores locais que influenciam as temperaturas extremas.
Os cientistas enfatizam a importância de investigar detalhadamente os mecanismos que desencadeiam o calor extremo em cada zona identificada.
O aprimoramento dos modelos climáticos é fundamental para compreender e prever melhor essas anomalias.
Somente com tal compreensão será possível mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger as populações afetadas.