A roda, uma das invenções mais significativas da história humana, pode ser ainda mais antiga do que se pensava. Uma recente pesquisa realizada por cientistas do Instituto de Arqueologia de Jerusalém trouxe à tona novas evidências que sugerem uma origem milenar dessa tecnologia.
A descoberta foi feita no sítio arqueológico de Nahal-Ein Gev II, localizado próximo ao mar da Galileia, em Israel. Publicada na revista Plos One em 13 de novembro deste ano, a pesquisa revolucionou a compreensão da cronologia histórica dessa invenção.
As análises revelaram que pedras esculpidas em formato de roda indicam que essas tecnologias rotacionais podem ter surgido há aproximadamente 12 mil anos. Tal datação sugere que a roda é, surpreendentemente, 6 mil anos mais antiga do que se acreditava anteriormente.
Roda de Ensinamentos Dhammachakka, um monumento interessante que representa a importância desse formato para a história humana – Imagem: Museu Nacional de Bangkok, Tailândia/Freepik/reprodução
Início das tecnologias rotacionais
O estudo analisou um conjunto de 100 pequenas rochas, todas furadas no centro. Segundo os arqueólogos, esses objetos podem ter servido como fusos para fiar fibras, representando fases iniciais do desenvolvimento de tecnologias rotacionais. Este achado estabelece um novo marco na compreensão do princípio mecânico da roda e do eixo.
Essas pedras perfuradas são consideradas as primeiras rodas com forma e função específicas. De acordo com Leore Grosman, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, a importância dessa descoberta reside na ligação que ela estabelece entre o passado distante e a evolução tecnológica da humanidade.
Impacto na história da humanidade
A descoberta em Nahal-Ein Gev II não apenas desafia as teorias anteriores sobre a origem da roda, mas também oferece uma nova perspectiva sobre a evolução das tecnologias humanas. Ela destaca a capacidade inventiva dos nossos antepassados, que já exploravam princípios mecânicos complexos há milênios.
Essa pesquisa reaviva o debate sobre as origens das inovações humanas e reforça a complexidade das civilizações antigas. Essas descobertas, portanto, não só ampliam nosso entendimento histórico, mas também inspiram novas explorações arqueológicas em busca de mais respostas sobre o passado humano.