Natalia Faccini, uma professora de 29 anos de Ecoporanga, Espírito Santo, virou foco de discussões nas redes sociais após publicar um vídeo explicativo sobre gramática. O material pretendia apenas instruir sobre o uso correto de pronomes femininos e masculinos na língua portuguesa, mas virou tema de muito debate.
No vídeo, a educadora explica que a concordância nominal estabelece que mulheres devem usar “obrigada” e homens “obrigado”. Segundo a escola, a intenção era apenas abordar a norma-padrão da linguagem, sem qualquer alusão a discussões de gênero.
Repercussão nas redes sociais
O vídeo rapidamente gerou debates entre internautas quanto à aplicação dos pronomes tradicionais versus pronomes neutros, defendidos por algumas pessoas como representativos para indivíduos não-binários.
Comentários elogiaram a explicação simples, enquanto outros pediram por inclusão ao mencionar “obrigade”.
A professora, que leciona há três anos, afirmou que não esperava tamanha repercussão com o vídeo. Apesar das críticas, Natalia mantém uma postura tranquila e não leva os comentários para o lado pessoal.
A escola onde a docente trabalha apoia o conteúdo divulgado, destacando que o foco é o ensino da norma, de acordo com a gramática tradicional.
Posicionamento da instituição de ensino
Thiago Carnielli, diretor da escola, afirmou em entrevista à Folha Vitória que o objetivo de Natalia era ensinar gramática, não “ideologia de gênero”.
A instituição afirma manter o compromisso com a língua portuguesa e preparar alunos para desafios acadêmicos futuros, como vestibulares e processos seletivos.
Visão do especialista
João Jerry Tononi, professor e autor do blog “Português em Dia”, reforçou a norma culta, afirmando que “obrigada” é para mulheres e “obrigado” para homens. Ele reconhece que, embora o gênero neutro não seja formalmente aceito, é visto como uma forma de inclusão social.
O episódio ressalta a tensão entre a gramática tradicional e as demandas contemporâneas por representatividade. A discussão levanta questões sobre como as instituições educacionais podem equilibrar tradição e inclusão no ensino da língua portuguesa.