No continente africano, a Etiópia se destaca não apenas por sua história rica, mas por um sistema de calendário exclusivo. Enquanto o mundo se prepara para o ano de 2025, os etíopes ainda vivem em 2017 e seguem suas tradições culturais enraizadas.
Tal fenômeno curioso não é um erro de contagem, mas uma característica fundada na história e nos costumes da Etiópia, pois o calendário etíope, orientado pela Igreja Ortodoxa, possui 13 meses.
Para quem está acostumado com o padrão gregoriano, de anos com 12 meses, essa estrutura pode parecer intrigante. No entanto, a contagem única reflete a datação alternativa do nascimento de Jesus Cristo, que seria oito anos depois do que se considera no resto do mundo.
A celebração do Ano Novo Etíope, chamada de Enkutatash, ocorre em setembro. A tradição não impede a Etiópia de adotar o calendário gregoriano para relações internacionais e comércio, a fim de facilitar a interação global.
Essa dualidade de sistemas temporais é apenas um dos exemplos de como a Etiópia combina modernidade e tradição.
Obelisco de Axum, um dos monumentos importantes da Etiópia – Imagem: reprodução/Wikipédia
Sistema de horário único
Outro aspecto fascinante é o sistema de horas da Etiópia. Diferentemente do relógio de 24 horas usado globalmente, o país segue um modelo de 12 horas, com dois ciclos diários. Esse método se baseia nas horas de sol, ao dividir o dia entre o nascer e o pôr do sol.
Nas áreas rurais, onde a influência externa é limitada, muitos etíopes aderem apenas ao sistema tradicional. No entanto, em cidades mais expostas à globalização, ambos os sistemas coexistem, o que requer que os habitantes dominem as duas formas de contagem de tempo.
Uma história de resistência
A Etiópia também é notável por nunca ter sido colonizada. No final do século XIX, a Itália tentou invadir o país, mas as tropas etíopes, lideradas por Menelik II, prevaleceram na Batalha de Adwa em 1896. Essa vitória contra a Itália destacou a Etiópia como um símbolo de indomável resistência africana.
O triunfo não apenas fortaleceu a identidade nacional etíope, mas também inspirou movimentos pan-africanos. A capacidade de resistir ao colonialismo europeu reforçou a imagem da Etiópia como uma nação independente e soberana.
Portanto, viajar para a Etiópia é encontrar um ambiente onde o tempo parece ter parado em 2017. O país oferece uma fascinante combinação de cultura, história e tradições que cativam qualquer viajante. Este destino incomum proporciona uma viagem no tempo, ao revelar um mundo onde passado e presente se encontram harmoniosamente.