Desde os anos 1960, os habitantes de Atafona, um distrito em São João da Barra, no norte fluminense, têm lidado com a invasão das águas do oceano. Enquanto outros locais ainda se preparam para as mudanças climáticas, Atafona já vive os efeitos devastadores do avanço do nível do mar.
Casas, ruas e bairros inteiros foram engolidos pelo oceano, transformando a ameaça em uma realidade diária para os moradores.
Atafona está situada na foz do rio Paraíba do Sul, o que a torna extremamente suscetível à erosão. A transgressão marinha, embora natural, foi intensificada por ações humanas.
Construções de barragens e extração de areia reduziram o fluxo de sedimentos e enfraqueceram a costa. Este cenário levou a uma infraestrutura em ruínas e à luta dos moradores para proteger o que resta.
Impacto na infraestrutura e economia local
O contínuo avanço do mar compromete a infraestrutura de Atafona, tornando ruas intransitáveis e afetando serviços essenciais como esgoto e eletricidade.
A economia local também sofre, uma vez que o turismo diminui com a destruição das praias, enquanto pescadores encontram dificuldades para manter suas atividades devido à degradação ambiental.
Atafona, distrito em São João da Barra, Rio de Janeiro. (Foto: MuriloManhaesPhoto/Shutterstock)
Movimentos locais e a busca por soluções
Em resposta ao cenário crítico, os moradores locais formaram movimentos como o SOS Atafona para pressionar por um plano de adaptação. A comunidade exige ações tanto imediatas quanto de longo prazo para preservar o distrito.
Entretanto, a luta contra o avanço do mar é árdua e exige a união de esforços locais e globais.
Causas e previsões alarmantes
O aumento do nível do mar é atribuído às mudanças climáticas, incluindo o aquecimento global e o derretimento de geleiras. Em Atafona, o nível do mar subiu 13 centímetros nos últimos 30 anos e, até 2050, pode aumentar mais 21 centímetros.
Essas previsões apontam para um cenário ainda mais desafiador nas próximas décadas.
Para enfrentar o avanço do mar, é fundamental reduzir as emissões de gases do efeito estufa e investir em infraestrutura de adaptação climática. No entanto, sem colaboração global e estratégias coordenadas, locais como Atafona continuarão sofrendo as duras consequências do fenômeno.