A FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo para renegociar um passivo de mais de R$ 116 milhões. A instituição atribui as dificuldades financeiras aos impactos da pandemia de Covid-19, que exigiram investimentos em ensino remoto, além da restrição ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e do aumento da inadimplência dos alunos.
Diante desse cenário, a universidade argumentou que a recuperação judicial era a única alternativa para evitar um colapso financeiro e garantir sua continuidade. O pedido foi formalizado no último dia 13 de março e, um dia depois, a Justiça de São Paulo atendeu à solicitação, permitindo que a FMU renegocie suas dívidas com credores.
O que muda para alunos e funcionários da universidade?

Mesmo com a recuperação judicial em andamento, a FMU afirma que as aulas seguirão normalmente para os cerca de 60 mil estudantes matriculados. A instituição também declarou que não haverá demissões em massa nem cancelamento de projetos acadêmicos. O objetivo é reequilibrar as finanças sem comprometer o funcionamento dos cursos presenciais, semipresenciais e online.
A Justiça nomeou a empresa Alvarez & Marsal para administrar o processo, garantindo que a reestruturação financeira siga os trâmites legais. A organização terá dez dias para apresentar um levantamento detalhado da situação contábil da FMU e fornecerá relatórios periódicos sobre o andamento do caso.
Como funciona a recuperação judicial?
A recuperação judicial é um recurso legal que permite que empresas em crise financeira renegociem suas dívidas e evitem a falência. No caso da FMU, o processo busca reestruturar o passivo da instituição, dando fôlego para a continuidade das atividades acadêmicas.
Com essa decisão judicial, a FMU terá a oportunidade de negociar prazos e condições para pagamento aos credores, enquanto mantém suas operações sem interrupções. A reestruturação financeira, segundo a instituição, será essencial para garantir a estabilidade da universidade no longo prazo.
O processo não significa que a instituição deixará de pagar suas dívidas, mas sim que ganhará um prazo maior para quitar os valores devidos. Para isso, a FMU deverá apresentar um plano detalhado de recuperação, que será analisado pelos credores e pela Justiça antes de ser aprovado.