O medo irracional e intenso é um problema que afeta muitas pessoas e dificulta suas rotinas diárias. As fobias, que se manifestam como um temor exagerado de objetos ou situações, podem ser até paralisantes. Reconhecer e tratar tais condições é essencial para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos impactados por elas.
De acordo com a psiquiatra Margaux Dutemple, em entrevista ao G1, as fobias são caracterizadas por uma ansiedade avassaladora em resposta a um estímulo específico.
Os exemplos delas incluem a claustrofobia, a aracnofobia e o inusitado medo de perder o celular, conhecido como nomofobia. Tais medos podem levar ao comportamento de evitação, um traço comum entre aqueles que sofrem dessa patologia.
O fenômeno chamado de “submersão emocional” impede uma reação racional aos estímulos fóbicos. Dutemple explica que a intensidade da ansiedade é o que distingue a fobia de um medo comum, pois as fobias frequentemente surgem em situações que atrapalham a vida pessoal ou profissional.
Medos patológicos, as fobias, conseguem desequilibrar consideravelmente a vida das pessoas – Imagem: Andrea Piacquadio/Pexels
Quais os tipos de medos e fobias?
Algumas fobias se concentram em objetos ou situações específicas, enquanto outras estão ligadas a condições psiquiátricas como ansiedade generalizada ou síndrome do pânico. Muitas fobias têm raízes no estresse pós-traumático e requerem tratamentos adaptados.
As fobias sociais, como o medo de falar em público, e a agorafobia, medo de espaços abertos, são bastante comuns. A psiquiatra enfatiza que a causa da fobia não é crucial para a cura; o foco deve ser a superação do medo com terapias específicas.
E o medo de trabalhar?
A ergofobia, conhecida como um medo intenso e irracional do trabalho, afeta a vida de muitas pessoas e, frequentemente, elas são rotuladas de preguiçosas, mas a realidade é mais complexa.
Indivíduos que sofrem de ergofobia enfrentam uma ansiedade avassaladora ao pensar no ambiente de trabalho. Embora reconheçam a irracionalidade de seu medo, eles não conseguem evitá-lo, o que pode resultar de uma combinação de fatores e torna o tratamento mais desafiador.
Entre os medos comuns estão o receio de cometer erros em tarefas, o pânico de falar em público e a dificuldade de socializar com os colegas. Tais aspectos estão ligados a ansiedades de desempenho e a fobias sociais.
Com o tempo, o temor constante de lesões emocionais, psicológicas e fisiológicas pode gerar um ciclo de ansiedade que se perpetua. Assim, o ambiente de trabalho se transforma em um campo minado para essas pessoas.
Quais os tratamentos e abordagens terapêuticas?
A exposição gradual e controlada ao objeto do medo é uma estratégia eficaz e uma das mais usadas. Dutemple descreve o processo como progressivo, pois começa com situações de menor intensidade.
Por exemplo, alguém com medo de altura pode começar subindo em uma cadeira e aumentar o nível aos poucos até reduzir a ansiedade. A psiquiatra destaca que o tratamento, mesmo iniciado tardiamente, pode ser bem-sucedido.
A terapia busca, assim, não apenas reduzir os sintomas, mas também ajudar o paciente a lidar com o medo de forma saudável. Fobias não causam problemas de saúde, como hipertensão, embora possam causar sintomas físicos temporários.
Entender e tratar as fobias é crucial para aliviar o impacto no cotidiano das pessoas afetadas. Com abordagens terapêuticas adequadas, é possível retomar o controle sobre a vida e superar os medos que antes pareciam insuperáveis.
* Com informações do portal de notícias G1.