Estudos revelam contaminação de cações e camarões no litoral brasileiro

Pesquisas apontam a presença de cocaína em cações e microplásticos em camarões.



Recentes pesquisas conduzidas por cientistas brasileiros revelaram preocupantes níveis de contaminação em espécies marinhas do litoral do Brasil. Os estudos, publicados no renomado periódico Science of the Total Environment, levantaram questões sobre a segurança alimentar e os impactos ambientais nas águas costeiras.

Assim, tanto o cação, encontrado no Rio de Janeiro, quanto o camarão-sete-barbas, pescado em São Paulo, mostram sinais alarmantes de poluição.

Camarões apresentam grandes níveis de contaminação – Imagem: FOX ^.ᆽ.^=/Pexels

Contaminação em cações

Ao pesquisar os tubarões-bico-fino, uma espécie de cação residente nas águas costeiras do Rio de Janeiro, a equipe de cientistas descobriu concentrações inquietantes da droga em amostras de músculos e fígados desses animais.

Tais resultados são fruto de análises cromatográficas com espectrometria de massa em 13 amostras de peixes adquiridos de pescadores locais. O ecotoxicólogo Enrico Mendes Saggioro, do Instituto Oswaldo Cruz, destaca a preocupação com a absorção da droga por esses animais.

Além disso, o estudo atenta para a saúde dos fetos de fêmeas grávidas, que podem ser impactados pela exposição à cocaína. Contudo, ainda não se sabe quais efeitos a droga pode ter no comportamento dos tubarões. Ao considerar que o cação é consumido por jovens e adultos, a possibilidade de risco à saúde humana é uma questão relevante.

Microplásticos nos camarões paulistas

Já o camarão-sete-barbas foi alvo de outro estudo que revelou a presença de microplásticos em até 90% dos espécimes analisados e pescados no litoral de São Paulo. Produzido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), essa pesquisa recebeu ainda apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

A descoberta levanta preocupações sobre os potenciais riscos à saúde humana, além dos impactos ecológicos significativos, já que os microplásticos representam uma ameaça não só à vida marinha, mas também à cadeia alimentar humana.

Com o apoio da FAPESP, o estudo busca entender as consequências de tal contaminação para o ecossistema marinho e os consumidores. Enquanto as pesquisas prosseguem, a comunidade científica trabalha para desenvolver soluções que possam mitigar esses preocupantes cenários de poluição.

* Com informações do Diário do Litoral.




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