Hífen na prática: 4 dicas para nunca mais errar ao escrever

O hífen ainda causa dúvidas, mas algumas regras tornam seu uso mais simples. Veja 4 dicas práticas para evitar erros na escrita.



O hífen pode parecer um detalhe pequeno na escrita, mas sua função é essencial para a clareza e compreensão das palavras. Sua origem remonta ao grego antigo, onde significava “juntar”, e ao longo da história, ele continuou cumprindo esse papel na língua portuguesa.

Entretanto, após o Acordo Ortográfico de 2009, muitas regras mudaram, gerando dúvidas até mesmo para quem já estava acostumado com ele.

Saber quando usar ou não o hífen evita erros comuns e melhora a escrita, especialmente em textos formais. Ele pode unir palavras compostas, separar prefixos e até impedir que letras idênticas fiquem repetidas na mesma palavra.

Dicas para acertar no uso do hífen

O hífen é usado em idiomas como português, francês e inglês, conectando palavras e formando novos significados. (Foto: EikoTsuttiy/Getty Images)

1. Palavras compostas consagradas pelo uso

Nem todas as palavras compostas levam hífen, mas algumas mantêm esse sinal para evitar confusão de significado. Isso acontece em expressões que, ao longo do tempo, se tornaram fixas na língua, como guarda-chuva e segunda-feira. Essas combinações não podem ser escritas de outra forma sem comprometer a compreensão.

Se a união dos termos formar um novo significado, o hífen continua sendo obrigatório. Em pé-de-moleque, por exemplo, a expressão não se refere a um pé literal, mas sim a um doce tradicional. O mesmo vale para mão de obra, que se refere ao conjunto de trabalhadores, e não a uma mão no sentido físico.

Por outro lado, palavras compostas que envolvem elementos de ligação, como copo de leite e sala de jantar, não recebem hífen. Nesses casos, o uso da preposição faz com que os termos permaneçam separados, seguindo a estrutura da própria língua portuguesa.

2. Prefixos terminados em vogal seguidos de vogal igual

Uma das mudanças mais impactantes do Acordo Ortográfico foi a eliminação do hífen em algumas palavras prefixadas. No entanto, ele ainda deve ser usado quando um prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com a mesma vogal. Exemplos comuns são auto-observação, anti-inflamatório e micro-ondas.

Isso acontece porque, sem o hífen, a leitura poderia ficar confusa ou dificultada. Se os termos fossem escritos juntos, poderiam parecer um erro de digitação, tornando a compreensão menos fluida. O hífen, nesse caso, funciona como um pequeno respiro visual entre as palavras.

Por outro lado, quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com uma vogal diferente, o hífen não é necessário. Por isso, escrevemos autoescola, aeroespacial e microempresa sem separação, garantindo um padrão mais simples e natural para a escrita.

3. Prefixos seguidos da letra “h”

Sempre que a segunda palavra começar com “h”, o hífen deve ser mantido, pois o “h” não possui som próprio e pode causar ambiguidades na leitura. Isso ocorre em palavras como anti-higiênico, super-herói e pré-história, onde a presença do hífen facilita a compreensão imediata.

Sem o hífen, algumas palavras poderiam ser lidas de maneira incorreta, especialmente porque a letra “h” pode ser silenciosa em muitos casos. Ao separar os elementos, a escrita se torna mais clara e organizada, respeitando a pronúncia das palavras compostas.

Vale lembrar que, em outros casos, o “h” pode ser eliminado, como aconteceu com inhalação, que se tornou inalação. Mas quando a palavra já existe na língua e precisa ser apenas prefixada, o hífen continua sendo obrigatório para manter a estrutura original.

4. Uso do hífen em locuções e expressões

Outro ponto importante é que locuções, sejam elas substantivas, adjetivas ou verbais, geralmente não levam hífen. Expressões como fim de semana, café com leite e sala de estar devem ser escritas separadamente, seguindo a norma vigente.

Por outro lado, algumas locuções tradicionais mantêm o hífen, especialmente aquelas já consolidadas no uso. Casos como cor-de-rosa, água-de-colônia e mais-que-perfeito são exemplos em que a separação gráfica é necessária para preservar o sentido original.

A melhor forma de aprender essas diferenças é consultando um dicionário ou acompanhando exemplos práticos. O uso do hífen pode parecer complicado à primeira vista, mas, com atenção às regras, torna-se um elemento natural da escrita.




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