No Brasil, a nimesulida, um anti-inflamatório não esteroidal, permanece amplamente utilizada, mesmo após preocupações levantadas em vários países sobre seus efeitos nocivos ao fígado. Enquanto a sua comercialização é proibida em locais como a Espanha e o Canadá.
Relatórios destacam que o fármaco pode causar danos hepáticos severos e, por isso, países como Irlanda e Japão decidiram retirá-lo do mercado. No entanto, o Brasil continua a ser um dos maiores consumidores, com a venda de mais de 102 milhões de caixas apenas no último ano.
Anvisa já retirou alguns lotes do remédio de circulação, mas ainda é possível comprá-los nas farmácias – Imagem: reprodução/Tbel Abuseridze/Unsplash
Preocupações médicas e medidas preventivas
Estudos associam a nimesulida a potenciais danos ao fígado, provavelmente devido a alterações mitocondriais que causam morte celular. Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantenha o registro do medicamento, já foram feitas interdições de lotes após a detecção de irregularidades.
Os profissionais de saúde alertam sobre o uso cauteloso da nimesulida, ao recomendar monitoramento médico para evitar tratamentos prolongados. Apesar de não haver registros de hepatotoxicidade no Brasil, a preocupação com a segurança do medicamento permanece.
Proibição em outros países
A nimesulida enfrenta proibição em países como Estados Unidos e Suécia. A Irlanda, por exemplo, suspendeu a venda do produto em 2007, com base em 53 relatos de danos graves ao fígado, alguns desses pacientes precisaram até mesmo de transplante.
Já no Reino Unido, a nimesulida nunca foi aprovada, o que reflete a prudência em relação aos seus efeitos adversos. Isso contrasta com o Brasil, onde o medicamento é o terceiro anti-inflamatório mais vendido.
O impacto ambiental dos medicamentos
Além dos riscos à saúde humana, o uso indiscriminado de medicamentos, inclusive a nimesulida, tem afetado o meio ambiente. No litoral de São Paulo, resíduos de medicamentos já contaminam o mar, o que levanta preocupações ecológicas.
Em face de tais preocupações, tanto médicas quanto ambientais, é crucial que os pacientes e profissionais de saúde considerem opções terapêuticas alternativas. Ao optar por fármacos com perfis de segurança mais conhecidos, é possível minimizar riscos à saúde e ao meio ambiente.