Dados do Censo Escolar de 2022, divulgados em 26 de fevereiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que, em 3.008 municípios do Brasil, mais da metade da população com 25 anos ou mais não concluiu o ensino fundamental.
Além disso, a pesquisa revelou que mais de 1,7 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos estavam fora da escola em 2022. A evasão é mais expressiva entre adolescentes de 15 a 17 anos, dos quais mais de 1,2 milhão não frequentavam o ambiente escolar.
Diferenças regionais na escolaridade

Os dados mostram que o nível de instrução varia significativamente entre as regiões do país. No Centro-Oeste, 21,8% da população adulta tem ensino superior completo, enquanto no Nordeste esse índice cai para 13%. O Distrito Federal lidera o ranking nacional, com 37% dos adultos tendo concluído a graduação.
Por outro lado, o Maranhão apresentou a menor taxa de ensino superior completo, com apenas 11,1% da população adulta formada. Essa disparidade reflete fatores como o acesso desigual a instituições de ensino, a qualidade da educação básica e questões socioeconômicas que influenciam a permanência escolar.
Além disso, os dados indicam que, nas regiões mais afetadas pela baixa escolaridade, há maior incidência de trabalho informal e menor oferta de qualificação profissional.
Mulheres estudam mais, mas desigualdade persiste
A pesquisa apontou que as mulheres, em média, possuem mais anos de estudo do que os homens. Em 2022, 20,7% das mulheres com 25 anos ou mais tinham ensino superior completo, enquanto entre os homens essa taxa era de 15,8%. Esse resultado indica uma tendência de avanço feminino na educação ao longo dos anos.
No entanto, o índice de pessoas com ensino fundamental incompleto ainda é alto em ambos os grupos. Entre os homens, 37,3% não concluíram essa etapa escolar, enquanto entre as mulheres, o percentual foi de 33,4%. Esse dado reforça a necessidade de investimentos para garantir que mais pessoas tenham acesso à educação básica.
A diferença na escolaridade entre os sexos impacta diretamente o mercado de trabalho e a distribuição de oportunidades. Mesmo com maior nível de instrução, as mulheres ainda enfrentam desafios como a desigualdade salarial e o menor acesso a cargos de liderança, demonstrando que a educação, apesar de essencial, não é o único fator determinante para a equidade social.