Pesquisadores utilizam IA para decifrar emoções de animais

Estudo estava concentrado em porcos e cavalos, mas novas pesquisas também abrangem gatos e cachorros.



Já imaginou compreender o que seu animal de estimação está pensando? Pesquisadores ao redor do mundo exploram essa possibilidade, empregando inteligência artificial (IA) para interpretar as emoções dos bichos.

Essa iniciativa é destacada pela renomada revista Science, que enfatiza como a tecnologia pode identificar sinais de dor e sofrimento nos animais.

Em Bristol, na Universidade do Oeste da Inglaterra, e no Rural College da Escócia, um projeto inovador chamado Intellipig foi desenvolvido.

O sistema captura fotos dos rostos de porcos e analisa suas expressões faciais. Com base nas imagens, o software é capaz de identificar sinais de desconforto e notificar os agricultores.

Como funciona o Intellipig?

O funcionamento do Intellipig, nome dado ao novo sistema, é bastante simples. Às seis da manhã, uma câmera tira uma foto do rosto de cada porco quando eles se aproximam para se alimentar.

Em questão de segundos, a IA analisa traços como olhos, orelhas e focinho do animal. O sistema personaliza a refeição de acordo com a análise das necessidades do porco.

Durante o dia, a tecnologia continua a monitorar as expressões faciais, alertando os agricultores caso sejam detectados sinais de dor ou estresse.

Essa abordagem permite uma resposta imediata, contribuindo para o bem-estar dos animais, além de otimizar a produção agrícola.

Em breve você poderá descobrir como o seu cãozinho está se sentindo – Imagem: iStock/reprodução

Interpretação das expressões animais

Enquanto o sistema proporciona insights valiosos, cientistas advertem que a leitura das expressões animais não deve ser feita da mesma maneira que a dos humanos.

O contexto desempenha um papel crucial na interpretação correta das emoções dos bichos. Pia Haubro Andersen, especialista em equinos, afirma que a posição das orelhas e as rugas faciais podem indicar dor em cavalos.

Andersen observa que cavalos sob estresse apresentam movimentos sutis, como orelhas giradas para fora e rugas acima dos olhos. Essas expressões oferecem pistas importantes sobre suas condições emocionais.

Escala de caretas e análise de dados

Com uma vasta coleção de dados, pesquisadores desenvolveram uma “escala de caretas” de várias espécies para medir dor ou estresse. Essa escala é baseada nos movimentos dos músculos faciais e auxilia no entendimento das emoções animais.

Os cientistas também criaram situações controladas para compreender como o estresse afeta os animais. Cavalos e gatos foram submetidos a passeios curtos ou separados de seus companheiros, ajudando na construção de um banco de dados abrangente.

Ampliando horizontes: de gatos a cachorros

Brittany Florkiewicz, psicóloga evolutiva do Lyon College, realizou um estudo com gatos, capturando 276 expressões faciais em um café de Los Angeles. Sua pesquisa contribuiu para ampliar a compreensão das emoções felinas.

Surpreendentemente, a mesma tecnologia foi aplicada a cachorros, com um índice de acerto de 89% ao identificar frustração por não alcançarem um petisco.

Em cavalos, a precisão foi de 61%, destacando o potencial da IA na identificação de emoções complexas em diferentes espécies.

A utilização de inteligência artificial para decifrar expressões animais é promissora. A tecnologia não só promove o bem-estar dos animais, mas também oferece novas perspectivas sobre a comunicação entre humanos e bichos, levando a uma convivência mais harmoniosa e informada.




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