Durante décadas, quem assistia à televisão nas madrugadas podia ter se deparado com o enigmático padrão de faixas coloridas. Esse fenômeno não era uma falha, mas sim uma ferramenta essencial para as emissoras de TV. Criadas para assegurar que as imagens transmitidas às casas estivessem calibradas, tais barras coloridas eram fundamentais em tempos analógicos.
Na prática, as faixas permitiam ajustes de brilho, luminosidade e contraste das gravações e, assim, mantinham uma qualidade visual estável em programas como filmes e novelas.
Sem isso, as cores das transmissões poderiam variar drasticamente. Embora não sejam mais exibidas nas TVs modernas, as faixas ainda apresentam utilidade nos bastidores de produção.
Televisões de tubo, até hoje em uso, ainda precisam da calibração realizada pelas faixas coloridas – Imagem: Depositphotos
Por que à noite havia faixas coloridas na TV?
As faixas atendem ao padrão EG-1, criado pela SMPTE nos anos 1950, e as emissoras utilizam essa referência. Trata-se de um padrão que se tornou tão significativo que, em 2001, recebeu um Emmy. Ele define a ordem das cores conforme a luminância, algo crucial para o ajuste técnico das imagens.
A sequência inicia com o branco, uma combinação de vermelho, verde e azul, que possui a maior luminância, e, em seguida, aparecem amarelo, ciano e verde. Desse modo, elas representam misturas distintas, influenciando a percepção ocular. A ordem decrescente de luminância auxilia os técnicos a identificar as irregularidades nos ajustes.
Apesar de não aparecerem mais na programação diária, as faixas coloridas continuam relevantes na manutenção de equipamentos, pois ajudam os técnicos a calibrarem tanto monitores modernos quanto TVs de tubo ainda em uso, uma prática que garante imagens precisas e uniformes.
Portanto, as faixas coloridas, outrora vistas apenas como um mistério noturno nas TVs, são uma peça essencial da história da programação televisiva e continuam a desempenhar um papel na qualidade visual das produções atuais.
