Tão sujas quanto uma latrina: como lidar com as esponjas de cozinha?

Essas buchas abrigam bilhões de bactérias, revelam estudos alarmantes. Saiba como se proteger desse risco invisível!



A esponja de cozinha, essencial para manter a louça impecável, pode se tornar um refúgio para uma infinidade de bactérias, uma vez que esse é um ambientes úmido e cheio de restos alimentares.

Pesquisas recentes têm lançado luz sobre a verdadeira dimensão desse problema. Em 2017, o microbiologista Markus Egert, da Universidade de Furtwangen, na Alemanha, revelou dados impressionantes sobre a quantidade e diversidade de bactérias encontradas em esponjas de cozinha.

De acordo com o estudo, existem até 362 espécies diferentes de micro-organismos, com uma densidade que pode atingir 54 bilhões de indivíduos por centímetro quadrado. Esses números são comparáveis aos encontrados em amostras de fezes humanas, por exemplo.

A pesquisa destaca também que as esponjas oferecem diversos nichos para diferentes tipos de bactérias, devido à sua estrutura porosa e variada. A superfície é um ambiente perfeito para que tanto bactérias que preferem crescer sozinhas quanto aquelas que prosperam em comunidade encontrem seu lugar.

Não use a mesma bucha por mais de uma semana! – Imagem: Pexels/reprodução

Mais detalhes e outros estudos sobre esponjas de cozinha

Estudos subsequentes, como o realizado por Lingchong You da Duke University em 2022, empregaram modelagem computacional para simular o ambiente das esponjas.

Esse estudo confirmou que a variedade de tamanhos de poros nas esponjas incentiva o crescimento bacteriano.

Experimentos práticos comprovaram que esponjas de celulose são particularmente eficazes para a proliferação de certas cepas de E.coli.

Os riscos à saúde e medidas de higiene

Embora muitas bactérias sejam inofensivas, algumas podem representar um risco, especialmente para indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos.

Jennifer Quinlan, da Prairie View A&M University, nos EUA, constatou que apenas 1% a 2% das esponjas analisadas continham bactérias associadas a intoxicações alimentares, mas as chances de contaminação não são desconsideráveis.

Como se proteger?

Para mitigar os riscos de contaminação com esponjas domésticas, especialistas sugerem trocar as esponjas semanalmente.

Métodos paralelos, como lavar as esponjas na máquina de lavar louça ou aquecê-las no micro-ondas podem ser eficazes para reduzir a carga bacteriana.

No entanto, como observado por Egert, práticas de higienização podem eventualmente selecionar cepas mais resistentes. Ou seja, o melhor mesmo é trocar a bucha de tempos em tempos.

Por fim, vale ressaltar que o uso de escovas para lavar os pratos pode ser uma alternativa mais higiênica, pois estas acumulam menos bactérias e secam mais rapidamente por terem cerdas em vez de uma superfície porosa.

A escolha do utensílio ideal para limpeza deve considerar a segurança e saúde dos usuários, além da eficiência na higienização dos utensílios domésticos.




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