Duas grandes fintechs do país, o Nubank e o PicPay, foram destaque nas manchetes da imprensa na semana passada, depois de relatos de “sumiço” de dinheiro de clientes, relacionado ao auxílio emergencial de R$ 600. Após esse fato, o Nubank teve ainda que enfrentar um bug do Facebook que impediu o funcionamento do aplicativo da empresa e de vários outros no sistema iOS.
Outro caso foi de uma brecha de segurança no início de julho que expôs os dados pessoais no Google, Bing, Yahoo e outros buscadores, de alguns clientes da fintech do cartão roxinho. A falha foi relatada pelo pesquisador em segurança digital, Heitor Gouvêa, e corrigida pelo Nubank.
Em entrevista ao portal Yahoo, o especialista de cibersegurança da empresa de tecnologia Compugraf, Denis Riviello, explicou que os casos recentes de problemas com aplicativos de financeiras são isolados e por isso não devem assustar os clientes, os acontecimentos não são motivo para ir correndo fechar a conta nos bancos digitais, ou não abrir conta nestas instituições.
Isso porque, de acordo com o especialista, “O setor financeiro é o que mais investe em segurança e também um dos mais bem preparados para prevenir e remediar casos desse tipo”, afirmou.
Sumiço do auxílio emergencial
O sumiço do auxílio emergencial, tanto no PicPay como no Nubank, segundo informado pelas empresas, ocorreu por causa de problemas no momento de transferência dos valores entre a conta digital da Caixa e a conta das fintechs.
Em nota, o PicPay anunciou que, “Por instabilidade do sistema do aplicativo Caixa Tem, um pequeno percentual das transações entre o aplicativo e o PicPay não é concluído. “Nesses casos, o usuário deve fazer nova tentativa.”
Contudo, a Caixa Econômica negou que a culpa seja do banco. O vice-presidente de tecnologia do banco, Claudio Salituro, declarou em uma live nas redes sociais que muitos clientes usaram o recurso de emissão de boletos das contas digitais para transferir o auxílio, porém vários desses boletos tinham o mesmo código de barras.
De acordo com Salituro, a Caixa teria apenas recomendado a análise dos boletos em duplicidade. “Não existe sumir dinheiro da conta, principalmente em uma instituição de 159 anos”, afirmou Salituro, defendendo o banco.
Porém, o Nubank declarou que a transferência foi suspensa porque os usuários estavam recebendo valores superiores ao do boleto.
Problema operacional
Sobre o assunto, especialista de cibersegurança afirmou que o problema parece ter sido mais operacional do que efetivamente uma falha de segurança, que não deve ser utilizado para temer o uso de contas digitais.
Segundo ele, os casos isolados desse tipo também já aconteceram em bancos tradicionais, “Quem nunca teve problemas com uma transferência? Além disso, bancos têm todo um investimento em rastreabilidade. Não tem como sumir dinheiro, ele acaba sendo encontrado”, explicou.
Veja também: Preciso trocar senha do Nubank após falha na segurança? Saiba o que fazer
