Após revisão na estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2020, a equipe econômica do governo federal, por meio da proposta orçamentária do próximo ano, declarou que o salário mínimo 2021 pode ser de R$ 1.069,55.
Em comparação ao piso atual de R$ 1.045, o aumento será de aproximadamente R$ 24. O novo valor sofreu uma queda no paralelo aos R$ 1.079 propostos em abril deste ano. Caso seja aprovado pelo Congresso, a previsão é de que o reajuste entre em vigor a partir de janeiro, com início dos repasses para o cidadão brasileiro em fevereiro.
Cálculos
Hoje em dia, o cálculo que determina o valor do salário mínimo de cada ano segue as previsões da inflação com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Durante última atualização, o percentual divulgado foi de 2,35%.
É importante dizer que esse valor pode mudar até o final de 2020. Segundo a Constituição, o salário mínimo deve ser corrigido de forma que garanta o poder aquisitivo do trabalhador. O formato com base no INPC foi utilizado neste ano, quando a equipe econômica do governo se baseou nos cálculos da inflação de 2019 para estipular o valor do mínimo pago atualmente.
Reajuste sem aumento real
A prática que utiliza apenas a correção pela inflação, ou seja, se baseando apenas no INPC, é diferente do que vinha sendo adotado nos últimos anos, mais precisamente entre 2011 e 2019. Até a troca de governo, a política de reajustes tinha como indicadores a inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB).
Em alguns anos, as correções do mínimo tinham aumentos reais (acima da inflação). Já em outros, como por exemplo, os reajustes em 2017 e 2018, a correção aconteceu com base somente na inflação, visto que os PIBs de 2015 e 2016 tiveram retração.
Cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informam que mais 49 milhões de brasileiros vivem apenas com um salário mínimo no Brasil, ou seja, R$ 1.045.
Por tudo isso, mesmo com a diminuição do valor final, o reajuste do mínimo conseguirá manter o poder de compra do trabalhador, visto que a correção é feita com base nas taxas inflacionárias (nível dos preços) do ano anterior. Porém, de acordo com economistas, a longo prazo, isso pode gerar uma “perpetuação da penúria”.
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